terça-feira, 29 de outubro de 2019

A (in)disciplina nas Escolas só precisa de uma mudança de paradigma


Carta aberta ao Sr. Ministro da Educação,

A Escola está desajustada!
Os professores desesperados, esgotados e desmotivados! É preciso fixar mais professores nas escolas. Corpo docente estável. Melhorar o ordenado no início da carreira e não só no final. Ajudas de custo para estadia e deslocação como fazem com Juízes, Médicos e Políticos.
Os alunos há os que estão disponíveis para agarrar o sistema de ensino tradicional e os outros, menos, que a Escola não lhes diz nada, pelo menos aquela escola a que são obrigados.
Ao fim de um mês de aulas, um professor já sabe quem está enquadrado no sistema de ensino regular e quem deveria seguir um percurso alternativo, mas o aluno não o faz porque ainda não tem idade para o efeito.
Pensar que se deveria mudar todos os métodos de ensino é um erro. A maior parte dos alunos, no ensino regular, seguem perfeitamente o ensino tradicional. Usam com facilidade o manual, o caderno e o lápis. São capazes de ler um livro e de escrever textos, basta que o professor oriente nesse sentido. Depois, mesmo depois, há os outros, aqueles que não querem nada de nada. E o problema reside precisamente aí.
A indisciplina é constante na sala de aula. Está localizada. São sempre os mesmos a ter o mesmo comportamento, aula após aula, disciplina após disciplina. Há mesmo miúdos muito mal formados. Falta-lhes casa, falta-lhes família, falta-lhes alguém que os acompanhe e pergunte tão-somente ‘como correu o teu dia?’.
Ainda que não se possa substituir ou reeducar os pais, não estará na altura de alterar as regras e construir nas escolas oficinas com percursos alternativos, aulas práticas (Pintura, cerâmica, fotografia, carpintaria, padaria, pastelaria…), para alunos que não se revêm na escola tradicional? Disciplinas em que os alunos possam ter umas aulas de Linguagem e Comunicação (Ler, escrever, pensar…) e Cálculo de manhã e Oficinas à tarde? Oficinas que os coloque em trabalhos práticos e a ver no imediato o resultado ou crescimento do seu trabalho?
Por que só existem essas possibilidades se eles reprovarem vários anos?
São esses alunos, desmotivados na sala de aula, que criam os maiores problemas e procuram refúgio em tudo o que não seja aula (telemóvel, pontapé na cadeira do colega, cotevelada…), afinal, ali, aquele lugar, é para eles uma ‘grande seca’.
O problema não é difícil de resolver, está localizado, haja vontade política!

Agradecendo o melhor da V. atenção,
Pedro Sousa,
Um Professor (Antigo da República da Praça em Coimbra) que já lecionou em todos os sistemas de ensino (Regular, Profissional, Formação Profissional, Especialização Tecnológica no Ensino Superior)