Povo... Jornal…
Notícias… Comboio... Expresso… (de Fafe).
Fafetv.
Não importa o
veículo. O que importa efetivamente é que a comunicação existe e há muitas
formas de se fazer cumprir aquele que é o principal objetivo de um órgão
informativo – informar.
Jornais.
Blogues. Canais web. Páginas de facebook.
Depois de um
tempo de quase monopólio, não fosse o serviço público de alguns blogues que
teimam em trabalhar por carolice e um ou outro que tanto contribuem sobretudo
para o património cultural, multiplicaram-se os órgãos informativos e,
desculpem se penso diferente, eis que uma cidade consegue ser tão rica em
contribuir para esta nobre missão outrora tão restritiva ao pensamento de
alguns.
Há cerca de quatro anos, Fafe viveu um dos
maiores momentos de debate público. Um grupo de Fafenses dava voz ao
‘BlogMontelongo’, um espaço de confrontação, um verdadeiro forum romano. Como em tudo, surgiram vozes discordantes de
políticos locais insurgindo-se contra um espaço sem diretor, mas ali todos
tinham mais do que o nome nos artigos, havia um rosto facilmente apontado para
outros espaços dos seus autores. Esse foi e será um marco fundamental para a
história (ou estudos sociais) de Fafe.
Uma notícia
pode ser dada de muitas formas. O mesmo acontece com uma fotografia. Ambas
dependem da abertura da objetiva. Tanto se pode focar no cortar da fita como em
todo o público presente. O jornalista ou fotógrafo escolhe o ângulo. E foi
assim durante muito tempo. Só um grupo muito restrito tinha opinião em Fafe. As
suas posições nunca eram confrontadas. Tudo era controlado ao milímetro e ai de
quem ousasse pensar em publicar um artigo que pusesse em causa o aparelho, o
amigo das tertúlias ou do conhaque ao final de mais um dia de escritório.
O Abril ainda
não se fez totalmente. É verdade. Mas não estará muito longe de acontecer.
Aqueles que ontem eram todos poderosos, hoje conhecem o sabor da derrota. Os
que julgam os seus pensamentos superiores, hoje são confrontados. Os que
consideram os outros inferiores, são muito ultrapassados.
E para isso,
quantas armas se usaram?
A mais
poderosa de todas elas: a escrita. Todo o resto é a mudança de mentalidades que
finalmente está a acontecer.
“eles (já não) comem tudo…”
in Jornal Povo de Fafe (22-04-2016)