Já todos percebemos que a Escola é o local onde os pais deixam os filhos para irem descansadinhos para o seu emprego! E, na verdade, nada contra isto! Muito pelo contrário. Enquanto Professor, quero mesmo que os Pais sintam que podem estar à vontade porque há instituições de confiança, onde a transmissão de conhecimento se associa à sã convivência e ao salutar crescimento intelectual e humano.
Uma Escola tem de ser o local onde se experiência, mas também onde se brinca com qualidade.
A Escola, infelizmente porque não deveria ser necessário, continua a ser o local de crivo da sociedade. É na Escola que conseguimos perceber se uma criança anda a a comer convenientemente, se está bem física e psicologicamente, são travadas aberrações culturais como casamentos de menores ou o arranhar da garganta quando esta dói...
Mas também é a Escola que está embrenhada em papéis. A burocracia é imensa e era tão simples de resolver o problema, bastava que o Ministério tivesse Professores do terreno a construir medidas com conhecimento de todas estas realidades.
Um Professor, depois do seu horário, nunca sabe muito bem para onde se virar, mas tudo seria bem mais fácil se os montões de papéis fossem substituídos por grelhas simples e fornecidas :
Professor/Disciplina: Planificação da disciplina; Manual adotado; Recursos didáticos.
Diretor de turma: Contactos do Conselho de Turma; Contactos Encarregados de educação/alunos; Caracterização da turma; Documento para kit tecnológico; Ficha de justificação de faltas; PCT.
Tutoria: Plano individual do/a aluno/a.; Relatório Breve.
Todos os outros programas e programinhas, Projeto Maia e afins, não podem deviam ser vistos mais do que possíveis indicações para melhoria pedagógica. Torná-los obrigatórios é suprimir o que de melhor a Escola pode ter, a criatividade pedagógica. Claro que eles apontam nesse sentido, mas para isso acontecer é preciso criar estruturas de base: turmas mais reduzidas e programas menos extensos.
Se eu mandasse, todas as grelhas não tinham mais do que uma página!
Enquanto vou conseguindo, as minhas aulas vão-se revestindo de:
- Textos criativos; Leitura; Dramatização... Diálogos sobre tudo e sobre nada!
- Exposição teórica, auxiliada pela investigação (rápida) dos alunos;
- Construção de projetos de intervenção profissional (culturais, artísticos, desportivos...);
As minhas aulas, na verdade, não são mais do que laboratórios científicos, onde os alunos podem errar todas as vezes e o menos possível na avaliação!