sexta-feira, 30 de outubro de 2015

É legítimo?

Já há Governo. Finalmente. À primeira vista até parece tudo voltar ao normal, não fossem as notícias hora a hora de quem viaja de automóvel e ter por hábito fazer-se acompanhar pela emissão da rádio. Passos Coelho foi indigitado Primeiro-ministro e, assim, deve continuar até novas eleições ou alguma força em contrário.
A maioria dos votantes elegeu a Coligação. Goste-se ou não, teve a maioria dos votos. Também sei que a constituição permite que se juntem as forças menos votadas e se predisponham a formar governo, contudo, independentemente de contas e continhas, haverá sempre uma coligação mais votada.
Estas eleições são um marco importante na história da democracia. Abriu definitivamente um precedente com a nova postura dos partidos da esquerda em construir alianças, o que vejo com bons olhos desde já e sei que vai fazer com que as crispações no futuro sejam muito mais moderadas.
A partir de agora, todos podem fazer parte do governo e isso vai obrigar a que haja mais humildade dos políticos, porque hoje podem mandar e já amanhã serem mandados.
Discute-se nas diferentes cores políticas distritais os cargos para IEFP, IPDJ, Segurança Social… o que significa que em causa não está só a eleição de um governo, mas tudo o que isso representa. Seja quem for para o Governo, há já muitos ‘tachos’ para distribuir… e isso aguça o apetite! Se assim não fosse, nem um terço destas questões estaria em causa e já havia governo há muito…
A política precisa de renovação e, muito sinceramente, acho que isso já começa a verificar-se. Nada será como até aqui!
No final, deste jogo, só para nós que ninguém nos ouve, António Costa pode não sair muito bem. É que se não aprovar o programa do governo, com a abstenção, e se prontificar com o BE e a CDU em formar governo, as coisas podem não correr bem e aí… o povo não vai perdoar e, internamente, acho que também não! Se constituírem governo, terão de rezar todos os dias para que tudo corra pelo melhor…
Seja como for, ainda tenho sérias dúvidas que o Presidente da República passe logo para essa hipótese!

A ver vamos!