Por um se ganha e por um
se perde
A novela anda animada.
Uma reunião aqui, outra acolá… faz-me lembrar quando um gajo quer comprar um
carro novo. Primeiro escolhe-se o carro, depois percorrem-se os stands da
própria marca para ver quem dá mais (desconto à compra).
No início, acreditava que
António Costa andava a juntar munições junto do BE e da CDU para conseguir ganhar
a batalha à Coligação. Não para ser indigitado Primeiro Ministro, mas para
obrigar a Coligação a aceitar as suas propostas. Hoje não me parece tanto isso…
Primeiro, para que fique
claro, o que António Costa anda a fazer é legítimo. Está contemplado na
constituição. Se há alguma coisa errada, então mude-se primeiro a Constituição!
Segundo, parece-me bem
que Costa reúna as tropas no Largo do Rato e, democraticamente, assumam uma
posição. Parecia-me mal era se o Costa fizesse isso sozinho ou com dois ou
três.
Terceiro, vejo que estas
eleições serão um marco histórico pela abertura do BE e da CDU, coisa que até
agora nem se imaginava.
Quarto, e para concluir, continuo
a achar que quem deve governar é a Coligação, porque foi a mais votada. É
evidente que terá de saber negociar muito bem, mas será fácil, até porque
Passos Coelho já demonstrou que tem firmeza noutras circunstâncias, como foi a
demissão ‘irrevogável’ do Portas…
Já António Costa, não me
parece que estará em bons lençóis. Ele tinha a obrigatoriedade de ganhar. Não
achei piada nenhuma ao que fez ao seu camarada Tozé. Se queria ser candidato,
deixava António José Seguro cumprir o seu mandato e candidatava-se a seguir…
não com facadas nas costas! Mas, vá…, esta posição tenho-a há anos em relação a
muita coisa… Se António Costa se colocar em bicos de pé para ser Primeiro
Ministro, terá muitas dificuldades quer na sua legitimidade popular quer dentro
do seu próprio partido.
Saber perder é tão
importante como saber ganhar!