Numa das
minhas incursões ao Pingo Doce de Celas (Coimbra), entre o olhar desesperado à
procura do que nunca tinha comprado, mas sabendo o que queria, pela
recomendação do próximo jantar, uma senhora, muito bem formada pelas palavras
proferidas, deixa escapar o desabafo.
- Uma
mãe faz muita falta!
- Nem
imagina!
-
Saudades da sua?
-
Felizmente, vejo-a todos os finais de semana.
- O meu
filho está no Porto.
- Sou de
lá perto, Fafe.
-
Conheço. Este fim-de-semana estive em Rio Tinto. Escrevo num jornaleco. Acho
que vai ser o meu próximo tema. As pessoas do norte são mais alegres. Nós somos
mais sisudos. As pessoas do norte, não! Em qualquer situação, começam a cantar,
dançar…
Nunca
tinha pensado muito nisto. As pessoas em Coimbra, da Coimbra cidade, são
diferentes. Mas são boa gente. Mais formais, é um facto. As do norte têm a
resposta na ponta da língua, usam calão que é um ultraje para quem não conhece
o contexto, mas também cantam e dançam… as pessoas!
É verdade
que as pessoas são diferentes. Cada um tem a sua forma de ser e estar perante a
vida. Umas mais espontâneas, outras mais forçadas… mas as mais humildes são as
que conseguem garantir as melhores risadas. Uns chamam-lhes ingenuidade, outros
de anormalidade, mas… para mim… é isso a felicidade!