Os fortes e importantes membros da irmandade perfilam-se nos melhores lugares. O reino é seu e de seus comparsas e todos que possam fazer sombra serão alvo de críticas até que o afastamento e a rejeição seja plena. Depois vem a necessidade dos resultados. É preciso contratar as melhores empresas de comunicação, mas não há dinheiro. É sempre isto de quatro em quatro anos.
Ano de eleições. A seguir à Páscoa, a máquina partidária vai arrepiar caminho e os lobos são lançados numa caça feroz à procura dos seus cordeiros. As aspirações de uns não são de outros, mas todos já perceberam que não se ganham eleições sozinhos. Este vai porque é de uma família grande. Aquele é quem consegue influenciar na sua associação. O outro até é ministro da comunhão. E esta é a catequista mais ativa na paróquia.
A elaboração das listas é mais ou menos assim. Sabemos porque a maior parte das pessoas estão nelas, mas não se conhecem as suas ideias, já para não falar em ideais, neste campo a conversa entrava em domínios filosóficos e aqui não há conhecimento para a confrontação. Se fosse sobre a última jornada do Benfica, até lá íamos, mas discutir política? São todos iguais…
A pobreza na composição das listas às juntas de freguesia reside precisamente na sua construção. As pessoas até podem ser excelentes, mas o seu envolvimento e sentido crítico é pouco trabalhado e todos perdem no final. Traçar um plano estratégico, estudar a sua aplicabilidade e orçamentá-lo é o pontapé de saída para a tão necessária transformação comunitária. Esta não precisa passar por uma alteração de toda a dinâmica, mas apresentar as linhas orientadoras que possam passar pela reorganização do espaço e melhorar a vida da população serão sempre os melhores princípios para quem quer mesmo contribuir para um ambiente feliz e promissor.
Em ano de eleições, não perturbem, por favor! Ou são efetivamente merecedores de confiança ou a nossa preocupação será apenas perceber se devemos dormir para um lado ou para o outro… E no momento em que isso não acontecer, a conversa será outra…