A indústria da cultura começa a
despertar a vontade de muita gente. Finalmente, quase poderíamos afirmar, não
fosse a fome desenfreada de alguns produtores que olham para a cultura como
quem olha para outra coisa qualquer e não vêem mais do que uma forma de ganhar
dinheiro. É claro que é o dinheiro o facilitador das necessidades da vida, mas
como em qualquer outra situação, a cultura ser apenas movida por questões
economicistas, sem gente capaz e com sensibilidade para as diferentes áreas não
pode dar bons resultados.
O conhecimento é a alavanca para o
sucesso. Sabemos bem que as mentes menos conhecedoras tentam a todo o custo
desclassificar os mais estudados e até afirmar que um funcionário sabe mais do
que o engenheiro. É bem verdade que o funcionário até pode saber mexer melhor
na máquina, mas não conhece, a não ser que seja curiosos e autodidata, as
razões pelas quais a máquina está a funcionar. Nem o material ou pelo menos a
transformação necessária até ao produto final.
Tudo isto vem a propósito do concurso lançado
pelo Município Fafense, que deu alguma polémica, em que a entidade vencedora (Naturfafe)
ganhou tendo um orçamento de 52 000 euros a mais do que a concorrente (Contact
Waves).
Penso já o ter dito, mas nunca é demais
reforçar, pois não tenho qualquer participação em qualquer das entidades. O que
me faz analisar este assunto prende-se simplesmente com uma questão de ordem
cívica e porque também não posso aceitar que o dinheiro dos meus impostos possa
ser utilizado de qualquer forma.
Como estava à espera, não obtive
qualquer resposta por parte da Naturfafe ao mail que lhe enviei a solicitar o
projeto. Afinal, é um procedimento tão natural da entidade como me foi dito por
um dos elementos que compõem a gestão. Já da Contactwaves recebi três
documentos: Memória descritiva do modelo de funcionamento proposto; Memória
descritiva relativa à promoção de equipamentos municipais; Lista dos
responsáveis e qualificação profissional dos recursos humanos.
Neste sentido, depois de me debruçar sobre estes três
documentos posso concluir, desde já, que há um conhecimento sobre o território
fafense e que as propostas estão todas enquadradas, ainda que as atividades pudessem
ser sempre alvo de alterações e carecessem de constantes avaliações, mas isto é
um procedimento natural na conceção e produção dos projetos. Reparei que há sempre uma
preocupação em dar a oportunidade às atividades do Município (Propõe-se para a
dinamização e promoção do Teatro Cinema/Pavilhão
Multiusos de Fafe/Parque de Campismo/Escola de Transito de Fafe/Museus,
sempre que o calendário da programação da Câmara Municipal de Fafe permita,) e
só depois é que aparecem as propostas da Contacwaves para cada espaço.
No que se refere à gestão dos espaços e dos próprios Recursos
Humanos, esta empresa socorreu-se de gente com habilitações profissionais para
cada área. A massa crítica está bem pensada, porque para cada área é necessário
gente capaz de conhecer cientificamente as exigências do lugar que irão ocupar.
CONCLUSÕES:
Ainda que haja quem afirme que às entidades concorrentes não
tenha sido pedido a promoção de atividades, o certo é que esta que me enviou os
documentos (Contactwaves) consegue dar primazia à autarquia, sem qualquer
problema, e ainda tem um leque de ofertas para tornar os espaços mortos em
locais de atividade constante. E, ao que sabemos, com um valor bem mais barato.
Os Recursos Humanos propostos têm habilitações capazes, o que nem sempre
aconteceu e os resultados foram anos de marasmo puro.
Seja como for, há um problema efetivo que a Autarquia Fafense
vai ter que resolver e, muito sinceramente, as razões invocadas para atribuir o
concurso à Naturfafe não servem!
Este concurso foi só o primeiro. Começo a acreditar que não
haverá mais nenhum. A solução passará pela retoma dos equipamentos e sua gestão
por parte da Câmara. É um assunto polémico e a autarquia já se apercebeu que
vem aí gente capaz de pegar no que antes estava só confinado aos amigos da
câmara. Os jovens estão vivos. Estão preparados e com formações superiores. Se
até aqui se pensava que só os políticos é que sabiam, hoje todos sabemos que os
políticos estão desacreditados.
Já há muito tempo que falei na necessidade de uma revolução
cultural. Entendem agora do que eu falava? Ela está aí… e a minha missão por
estas bandas está terminada. Agora vou participar nessa revolução, o caminho
está aberto… vemo-nos nas atividades!
Grande abraço