sexta-feira, 6 de abril de 2012

Durante 7 anos nem uma palavra de louvor, mas agora precisam de todos…

Aceita-se quase tudo da política, nunca do jornalismo!
Deixar que tudo possa ser dito é um teste, não à resistência porque essa é cada vez maior mas aos princípios do jornalismo e sobretudo enquanto pessoas. Não se pode dizer o que se quer e ouvir o que nos convém. A política perdeu a credibilidade porque os interesses pessoais foram colocados à frente dos interesses das comunidades, mas aceitar que se faça o mesmo no jornalismo é demais.

Independente do código deontológico que o jornalista ou mesmo os colaboradores assinam, existe a conduta humana que tem de ser valorizada. Se queremos um Jornal merecedor do respeito dos leitores é preciso analisar o que acontece de negativo para que a sua credibilidade jamais seja posta em questão.
De um momento para o outro, neste semanário, como se fosse um ato perfeitamente normal, surge um artigo a referir a junta liderada por Álvaro Teixeira que, pelos vistos, ‘não pode ser esquecida no seu esforço porque foram eles que deram o terreno para a construção de um lar em Regadas’. Isto poderia não levantar qualquer questão, mas é duvidoso surgir precisamente na coluna referente a Regadas, pois bastará fazer uma pesquisa por todos os números que coincidem com os mandatos de Álvaro Teixeira e não há nem uma linha, quanto mais um artigo, a elogiar uma ação da referida junta. Por que será que isso não teve importância na altura? E durante sete anos, não fizeram nada de importante que justificasse uma notícia?
“Cego é aquele que não quer ver!”
A verdade aqui é só uma: a notícia em questão fala de um peditório, mais um de tantos nesta terra, que se vai realizar pela freguesia e, ainda que a junta liderada por Álvaro Teixeira tenha sido a responsável para que o projeto do lar tivesse terreno para avançar, o certo é que os que andavam atrás da junta de Álvaro Teixeira para que lhes disponibilizasse o terreno, sem o qual não seria possível a candidatura, logo que o tiveram em seu poder, apressaram-se em pedir auxílio aos líderes socialistas e ao líder dos independentes, através do Presidente da Câmara de Mondim de Basto, para a aprovação do mesmo, integrando logo de seguida as respetivas listas nas eleições autárquicas contra Álvaro Teixeira. Até no lançamento da primeira pedra não se dignaram convidar os elementos que tudo fizeram para lhes disponibilizar o terreno e o lar fosse uma realidade e, agora, aparece uma voz, sempre opositora, a elogiar o seu pior pesadelo?
Neste momento é fácil de perceber, precisam do contributo de todos… até dos que apoiaram o Álvaro Teixeira e, segundo os números, não foram assim tão poucos! O Jornal Povo de Fafe merece mais respeito. Os leitores merecem a verdade. Mas como estamos em tempo de Quaresma: que Deus lhes perdoe!
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (05-04-2012)