Falar ‘Igreja de Fafe’
soa mal. Parece que há Igrejas diferentes e cada uma prega conforme a batuta do
seu maestro, mas pensando bem, não será mesmo isso que acontece?
Não conheço o Padre Abel
Maia. Nunca assisti a nenhuma celebração sua. Mas já li várias notícias a seu
respeito, mais concretamente, sobre as suas atividades pastorais. Se tivesse
que o classificar, ressalvo novamente que não conheço de perto o seu trabalho,
diria que se trata de um padre missionário. Muitos dirão apenas um padre, mas
não é a mesma coisa. Sei do que falo. Fui seminarista durante 6 anos na Ordem
dos Padres Vicentinos e a preparação dos futuros padres é direcionada para as
pessoas e em particular para os mais pobres. Os Padres Missionários são padres
de ação. Padres que não têm problemas em fazer, mesmo que com isso possam ser ‘olhados
de lado’… e Fafe não estava muito habituada a este tipo de intervenções. É
verdade que há outros com esse mesmo espírito empreendedor, mas faltava um
Moisés para separar as águas entre a política e a religião.
Padre Abel Maia foi-me
dado a conhecer em primeiro por um email que recebi de um camarada de
Mirandela. A terra de meu amigo que tinha como pároco Abel Maia. As
referências, não do meu colega mas da sua mãe, foram bastante positivas, o que
logo me pareceu bem, ainda que não achasse nada de fascinante, até porque não
frequento assim tanto a paróquia de Fafe, mas sim, sou católico praticante, ainda
que sejam em paróquias à volta da minha aldeia. Razões que por enquanto não interessam
ao caso…
ACABAR COM A
BAJULICE AOS POLÍTICOS… espetacular!
Já tive oportunidade de escrever sobre a atitude do atual Presidente da Câmara,
não podia deixar de destacar agora o pároco de Fafe que assume finalmente as
rédeas da cidade e quem manda é mesmo ele. Ou talvez, a vontade de Deus, porque
só Jesus Cristo foi capaz de destruir o comércio existente no Templo… agora,
muitos séculos depois, Abel Maia tira a politiquice da Igreja, coisa que nenhum
outro tinha feito até ao momento.
Papa Francisco está a
mudar a forma de agir da Igreja católica. Padre Abel Maia começou a mudar a
Igreja de Fafe que também é católica. Resta esperar que se espalhe pelas
aldeias essa mesma separação, depois os donos da comissão fabriqueira não vão
poder usar o altar para se promoverem politicamente. Os chefes dos Centros
Sociais não vão poder intimidar os velhinhos que se não votarem no partido da
Câmara deixam de receber comida… e muitas outras vigarices em nome de Deus, mas
a usar a ingenuidade das pessoas, mais desfavorecidas, para que os seus tachos
continuem a prosperar. A religião tem disto, mas acredito que mais investidas
de padres com espírito cristão possam alterar a forma de atuar.