sexta-feira, 13 de junho de 2025

"Enquanto falam da tua vida, a deles está parada!"

 A Escola tem destas maravilhas. A troca de saberes. 

 

Esta frase foi proferida pela Rossana Portugal, aluna de Português, a frequentar o 11.º ano, quando trocávamos com toda a turma algumas impressões sobre a sociedade portuguesa no geral, depois de analisar a poesia de Antero de Quental e Cesário Verde.

 

E se há maravilhas no ensino, uma delas é certamente ver os alunos a progredir. Não apenas a passar de ano, mas sobretudo a crescer e mostrar o seu pensamento, a sua linha crítica, misturando o conhecimento empírico com a sabedoria adquirida no final de mais um ano letivo.

 

E é mesmo assim! "Enquanto falam da tua vida, a deles está parada!"

 

O conhecimento diz-nos que é muito bom ter amigos, ser muito bem visto socialmente, na comunidade, no bairro ou na aldeia, mas a sabedoria diz-nos que o mais importante é estarmos bem com a nossa consciência. 

 

Não se perdem amigos depois dos 40 anos! Ou se ganham ou somos afastados daqueles que nunca foram verdadeiros amigos. É verdade que estão ali ao final da tarde no café. É ainda mais verdade que até dizem bem de nós muitas vezes. Mas é sobretudo verdade que são os que mais nos criticam quando deixámos de fazer o que eles querem, porque não concordamos com as suas atitudes, porque não estamos neste mundo para agradar aos senhores fulaninhos e, principalmente, quando deixamos de trabalhar para eles gratuitamente ao apercebemo-nos que as suas intenções nunca foram o bem do coletivo, mas o seu umbigo.

 

Agora a vida é bem mais leve. Os amigos são apenas os de verdade. Continuamos a cruzarmo-nos com muitos, mas ficam poucos. Não somos mais os bombeiros para todos os incêndios. Mas somos livres e felizes deixando marca própria e o verdadeiro legado para quem amamos.

 

"Enquanto falam da tua vida, a deles está parada!" E a vida segue!

O Povo de Fafe saiu à rua no 25 de Abril

 Cravos. Militares. Carro de combate. Navio. História. Passado. Presente.

A festa saiu à rua e com ela as gentes engalanadas. Foi uma festa arrojada. Cada freguesia levou o melhor de si e sua caracterização e o povo estava lá, porque não há festa de Abril tão bonita como aquela em que o Povo esteja envolvido.

Mais uma vez se celebrou Abril. Mais uma vez se festejou a festa do Povo, porque o Povo estava lá. Os discursos podem até serem momentos de grande solenidade, num Teatro-Cinema tão elegante, mas pouco ou nada servem senão para marcar o momento, troca de galhardetes entre os partidos, umas condecorações e, obviamente, dar matéria aos jornais locais. Mas desta vez foi diferente, a envolvência do Povo nas celebrações trouxe outra vida às ruas. Aliás um povo que nunca deveria ter deixado as ruas desde o tempo em que as ‘Jornadas Literárias’ eram uma força maior da cidade.

‘O carro de Seidões ia muito bonito.’ Foram as palavras mais entusiastas que ouvi proferidas por alguém que não é de Seidões, mas foi à festa. E a descrição continuava: «Tinha os Presidentes da Junta que lá passaram e os livros da ‘nossa’ quarta classe…». Na verdade, este frase convenceu-nos. A festa apelou à memória coletiva, fez regredir no tempo, para tantos tempos duros, mas ao mesmo tempo os seus tempos de meninos, onde ainda estava tudo por descobrir.

Se os políticos que se pavoneiam de cravo ao peito ouvissem mais o Povo que sai à rua, provavelmente nunca deixariam acabar com o que é bem feito, só porque não é de sua autoria, mas criavam as melhores condições para que as Festas do Povo continuassem na Rua.

Ninguém quer saber de eleições neste momento!

 Somos mesmo um país que gosta de ser enganado. Sabemos que um indivíduo que vai para o Governo não pode exercer funções numa empresa que tinha antes de ser eleito, mas se esta for passada para terceiros, mesmo sabendo que ele estará sempre por perto, já está tudo bem…

Isto quer dizer que se a empresa da família do primeiro ministro tivesse sido passada na totalidade para os seus filhos, em vez de a deixar em nome da sua esposa, porque partilham os bens, não haveria problema, uma vez que não foi e o primeiro ministro continuava a usufruir porque é casado, já há problema. E se fizesse como tantos outros que se divorciam, por causa de dívidas ao fisco, mas continuam a ser eles os donos das empresas?

Com tudo isto não quero de modo algum defender o Primeiro Ministro, até considero que Montenegro é o grande culpado porque poderia ter solucionado o problema apresentando toda a documentação da empresa de forma clara e transparente, na verdade nem votei nele. Há uns anos a esta parte só voto em quem me oferece melhor qualidade de vida e, verdade seja dita, quer o PSD ou o PS nunca os via a lutar verdadeiramente pela carreira docente. Como um tipo depois dos 40 deixa de ser tão otário, quem não nos ajuda também não merece ajuda. Claro que tenho que reconhecer que Montenegro trouxe um Ministro da Educação com muita determinação e trouxe justiça aos professores, mas também outros ministros a outras classes, o que merece elogio pela maior tranquilidade social. Isto não é suficiente, muito menos chegará, basta olhar para a problemática das habitações que a todos nos deve preocupar, mas seria o ponto de partida para muitas outras medidas que poderiam melhorar a vida dos portugueses.

Voltando ao assunto inicial, não me parece transparente que alguém que vá para ministro tenha que deixar as suas empresas, mas seria bem mais justo que estas fossem obrigadas a declarar tudo o que entra e sai de modo a que se perceba se há benefícios especiais. Agora pensar que lá por não ter os seus nomes como gestores já está tudo claro, só porque passam as empresas para uns amigalhaços que servirão como testas de ferro, é caso para dizer: engana-me que eu gosto!

Marcelo, o Presidente avô difícil de imitar

 

Digam lá o que quiserem, mas nenhum dos potenciais candidatos conseguirá abraçar o país como Marcelo Rebelo de Sousa. Os mais radicais não gostam de Marcelo, mas também é normal, só gostam mesmo dos seus candidatos, mesmo que estes nunca tenham hipótese de lá chegar. Até me parecem os donos dos partidos, ou são eles ou mais ninguém está preparado para assumir seja qual for o cargo. Os pategos só servem mesmo para segurar na escada e colocar bandeirinhas!

O Professor esteve em todas as frentes. Sempre que o chamavam para uma comunicação, lá estava o professor de microfone em punho a falar com a plateia. Sim, falar, porque o Professor consegue dar a aula num ambiente completamente descontraído ainda que repleto de conhecimento e sabedoria.

A procura de imitar os seus passos é evidente. A comunicação jornalística. O lançamento da candidatura. A participação em atividades organizadas pela sociedade. Mas na essência, a simplicidade de Marcelo é impossível de imitar, porque esta é genuína e só quem é simples consegue estar com o povo. O povo sente, basta observar as suas caminhadas interrompidas pelas selfies ou os Encontros Nacionais de Juventude em que a saída do palco demorava tanto ou mais do que a comunicação porque toda a gente queria a selfie com o Presidente.

Mas não nos foquemos apenas no espetáculo mediático. Olhemos para os seus mandatos. Olhemos com atenção para os momentos em que as opções dos Governos de António Costa poderiam seguir tantos caminhos, mas Marcelo, o Presidente, estava lá para concordar ou para discordar e, neste último caso, com muita firmeza e a sua posição era tida em conta. Senti-me sempre confiante com Marcelo. Sei que estava lá alguém que me defendia quando as opções poderiam não ser as melhores para mim e os portugueses no geral. E nem me incomodou nada alguns momentos menos bons ou comunicações pouco refletidas, na verdade estava ali um Presidente que é tão humano que também tem falhas.

Entramos numa nova temporada. Há eleições a chegar e serão vários os candidatos. Mas nenhum terá mais a mesma força do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, porque ele foi firme, assertivo na maioria dos casos e, mais do que tudo, muito humano. Marcelo é uma espécie de avô de Portugal que quer que os seus netos estejam bem. Obrigado, Professor!

Em ano de eleições... Não perturbe, obrigado!

 Os fortes e importantes membros da irmandade perfilam-se nos melhores lugares. O reino é seu e de seus comparsas e todos que possam fazer sombra serão alvo de críticas até que o afastamento e a rejeição seja plena. Depois vem a necessidade dos resultados. É preciso contratar as melhores empresas de comunicação, mas não há dinheiro. É sempre isto de quatro em quatro anos.

Ano de eleições. A seguir à Páscoa, a máquina partidária vai arrepiar caminho e os lobos são lançados numa caça feroz à procura dos seus cordeiros. As aspirações de uns não são de outros, mas todos já perceberam que não se ganham eleições sozinhos. Este vai porque é de uma família grande. Aquele é quem consegue influenciar na sua associação. O outro até é ministro da comunhão. E esta é a catequista mais ativa na paróquia.

A elaboração das listas é mais ou menos assim. Sabemos porque a maior parte das pessoas estão nelas, mas não se conhecem as suas ideias, já para não falar em ideais, neste campo a conversa entrava em domínios filosóficos e aqui não há conhecimento para a confrontação. Se fosse sobre a última jornada do Benfica, até lá íamos, mas discutir política? São todos iguais…

A pobreza na composição das listas às juntas de freguesia reside precisamente na sua construção. As pessoas até podem ser excelentes, mas o seu envolvimento e sentido crítico é pouco trabalhado e todos perdem no final. Traçar um plano estratégico, estudar a sua aplicabilidade e orçamentá-lo é o pontapé de saída para a tão necessária transformação comunitária. Esta não precisa passar por uma alteração de toda a dinâmica, mas apresentar as linhas orientadoras que possam passar pela reorganização do espaço e melhorar a vida da população serão sempre os melhores princípios para quem quer mesmo contribuir para um ambiente feliz e promissor.

Em ano de eleições, não perturbem, por favor! Ou são efetivamente merecedores de confiança ou a nossa preocupação será apenas perceber se devemos dormir para um lado ou para o outro… E no momento em que isso não acontecer, a conversa será outra… 

domingo, 30 de março de 2025

O Regresso do Morgado a Fafe

 


O Regresso do Morgado a Fafe

  

Adaptado a partir da leitura da obra

 ‘O Morgado de Fafe em Lisboa’

de Camilo Castelo Branco

 

SINOPSE |Depois do Morgado de Fafe em Lisboa, eis que o Morgado decidiu convidar os Lisboetas a visitar Fafe. A arte de bem receber será a única exigência para que os convidados do Morgado sintam toda a força do Minho pitoresco e desejem voltar, mesmo rodeados por um outro mundo de aparências e ilusões. Abram as cortinas... "os Lisboetas estão a chegar!"

 

COORDENAÇÃO DRAMATÚRGICA/ENCENAÇÃO - Pedro Sousa (Professor)| DRAMATUGIA e REPRESENTAÇÃO (Alunos de Literatura Portuguesa, 11.º M) - Adriana Teixeira, Ana Beatriz Santos, Andreia Fernandes, Beatriz Silva, Clara Magalhães, David Machado, Diogo Sousa, Henrique Teixeira, Lara Pereira, Lara Castro, Lara Maia, Lara Neves, Lara Abreu, Leonor Cunha, Letícia Lopes, Luana Almeida, Maria João Magalhães, Maria João Pires, Mariana Ferreira, Mariana Rocha, Oriana Oliveira, Telma Costa, com Participação Especial – Professor Carlos Afonso.

Imprensa:

domingo, 22 de setembro de 2024

Formação Teatral - Interpretação e Representação da Peça A.DITA.DURA

 

                                                                                CO-PRODUÇÃO - CLUB ALFA e Ara Bugio

 

SINOPSE | (No) LAR. Espaço de memórias. Histórias. Muitas histórias vividas. Tão pouco o tempo de as ouvir. São dias e dias… Às vezes bons. Outras sem fim à vista. Esperam-se abraços. Choram-se as recordações. E nem tudo isto é suficiente para um sorriso simples de quem cuida, tantas vezes. São histórias. São memórias. Ou serão simplesmente fantasias de um delírio em fim de linha. DEIXEM-NOS. DEIXEM-NOS VIVER A LIBERDADE QUE NOS RESTA. VIVA A LIBERDADE. VIVAM AS MEMÓRIAS FELIZES.

 


FICHA TÉCNICA | CO-PRODUÇÃO: CLUB ALFA e ARA | Coordenação Dramatúrgica/Encenação: Pedro Sousa | Dramaturgia e Representação: Ademar de Melo, Ana Gonçalves, João Teles, Manuel Osório, Conceição Costa, Maria Aldina Moura, Maria Fernanda Gonçalves, Maria de Lurdes Fernandes, Maria de Lurdes Lemos, Maria de Jesus Salgado, Micael Dias, José Maria Pinto, Severina Fernandes e Sérgio Azevedo.


terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Carta aberta ao Sr. Ministro da Educação: Como acabar com o problema da falta de Professores e valorizar a profissão

Exmo. Sr. Ministro da Educação,

Quando um aluno termina o curso quer trabalhar e está disposto a ir para qualquer lado, mas o mesmo não acontece a quem já tem família constituída…

Como acabar com o problema da falta de Professores e valorizar a profissão

Após o levantamento dos profissionais necessários em cada QZP:

1 – No próximo concurso 2023/2024, depois dos lugares preenchidos pelos QA e QZP (continuidade ou mobilidade), EFETIVAR todos os docentes CONTRATADOS que entrarem até à segunda reserva de recrutamento - RR2 (que se candidatarão para zonas que pretendem ir e permite às Escolas completar em grande parte as necessidades) e, logo a seguir, todos aqueles que têm sido colocados nestes últimos três anos (significa que a Escola Pública precisa mesmo deles para funcionar e nessas zonas);

2 – Permitir que os Professores em QZP optem por fixar residência (e tenham um contrato de trabalho alargado ou efetivar mesmo na Escola da colocação, de modo a garantir que valerá a pena comprar casa e fixar-se) ou a possibilidade de continuar a candidatar-se a mobilidade para aproximação à residência (candidaturas anuais ou bienais).

3 – Nas zonas em que se verifique, mesmo assim, falta de docentes, criar apoio nas ajudas de custo, seja através de apoio monetário direto ou através da possibilidade de usufruírem de uma casa (há imensos aparthotéis que ficam desocupados e poderiam ser rentabilizados a preços controlados).

 

Outros procedimentos (atratividade da carreira)

4 – Acabar com as quotas no 5º e 7º Escalões;

5 - Recuperar o tempo de serviço congelado (mesmo de forma parcelada, por exemplo, 2 anos em cada ano letivo…);

6 – Aumento salarial conforme a inflação.

7 – Voltar a dar o voto aos Professores para eleger os corpos diretivos das Escolas.

 

E mais alguns procedimentos (qualidade educativa)

8 – Fazer um levantamento das condições das Escolas no País e intervir nas obras ou equipamento (Há Escolas sem aquecimento nas Zonas onde os invernos são rigorosos…);

9 – Reorganizar a forma de gestão de projetos educativos e adequar de forma equilibrada a cada agrupamento;

10 – Melhorar a forma de comunicação e ajustar os documentos para evitar o quadruplicar de trabalho e informação.

Os pontos a ter em atenção não nos parecem muito complicados, julgamos que se tratará apenas de uma questão de gestão de recursos humanos e uma enorme vontade em contribuir para uma maior estabilidade da Escola Pública. Na verdade, o interesse máximo que uma Nação deveria ter para dar acesso livre e gratuito a todas as crianças e jovens que procuram dar a melhor Educação aos seus educandos.

 Com os melhores cumprimentos,

Pedro Sousa, Professor

 Nota: Carta enviada por email para Direção-Geral da Educação (dge@dge.mec.pt)