Não vou mesmo em nenhuma lista nas próximas eleições autárquicas em
Regadas. Gosto muito da minha terrinha, mas não gosto nada do que ela se tornou
com tantos interesses por lugares e lugarejos. Que terra mais interesseira. Não
estou desiludido, nada que me surpreenda, apenas jamais compactuarei com
tamanha falta de princípios. Vale tudo.
Vem isto a propósito de algumas interpelações que me têm chegado e, porque
não gosto de alimentar dúvidas, penso que um esclarecimento público pode ajudar
a clarificar a minha posição, principalmente porque qualquer análise neste
espaço jornalístico da minha parte não pode ser interpretada como defensora de
algum partido em particular.
Sou livre. Não devo favores políticos. E não serei mais do que um espetador
atento da novela que já vai longa. É claro que vou exercer o meu direito ao
voto. Faço questão. Não sei em quem vou votar, mas já sei em quem não votarei.
Colar cartazes? Abanar bandeirinhas? Não! Desta vez, não!
Estão a ver aquele tipo que se cansa de apontar estratégias, que fazem de
conta que o ouvem antes das eleições, mas depois não querem saber só porque
discorda das ordens do chefe?
Também ninguém vai ter a possibilidade de comer jantaradas à minha pala. O
comício dos independentes já não terá a necessidade de falar do gajo que
estudou para padre e é um burro carregado de livros, porque é assim que são
classificados os doutores.
Os que se aproveitaram e se juntaram contra a junta que disponibilizou o
terreno para o lar (PSD/CDS), só para ter lugares para a família e amigos (PS)
e agora andam às turras porque foram desarmados pelos seus pares têm agora a
possibilidade de se candidatarem uns contra os outros. Nós estamos de fora! Só
a observar! Só naquela!
Posto este esclarecimento, julgo que estarei mais do que legitimado para
proceder ao comentário político. À análise das manhas e artimanhas das
candidaturas. A dizer o que penso e julgo importante para o debate plural. A
contribuir para uma cidadania mais interventiva.