sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quem escolheria para promover a sua empresa ou associação: os que têm uma maior qualificação académica ou os que bebem mais vinho?

Novas técnicas criativas para empresas de sucesso!
Os critérios para a seleção de recursos humanos não são há muito tempo os mais indicados nos manuais universitários. Já estamos fartos de ouvir falar dos lugares disponíveis na função pública que logo são preenchidos por familiares ou amigos dos poderes instalados. Há uma classe que merece uma atenção especial neste momento de aflição financeira na Europa, os amigos de (muitos) copos.

Em vez de optar por uma pessoa que conhece todas as fórmulas de marketing e Publicidade para promover a sua entidade, uma pessoa altamente qualificada por uma Universidade de prestígio, há muitas mais vantagens em escolher uns bebedolas, ora vejamos: Estão sempre de acordo com o Presidente da Empresa; elogiam sempre o Presidente, mesmo que este só sirva para assinar papéis ou mude logo de posição depois de conseguir o que quer; se a direção da empresa pretende enviar recados, lá vão os cómicos todos contentes a julgar-se enviados especiais; andam de café em café (seu passatempo preferido) a cuscar o que lá se passa para ir a correr contar ao chefe; mesmo quando os chefes não gostam de alguém, estes prontificam-se para ir ter com essas pessoas para pedir um apoio ou patrocínio; são capazes de acusar o melhor amigo ao chefe só para ficarem bem vistos, mesmo que a amizade seja de longos copos… enfim, abrigam-se à sombra de Baco (deus do vinho) e todos dizem calmamente: «É o vinho! Deixem lá!». O Presidente da empresa só tem de garantir o tachito que essa malta precisa e pagar-lhes umas cabritadas de vez em quando, nem que seja com o dinheiro dos sócios… agora, nunca poderá pagar-lhes qualquer tipo de formação, ou melhor, tratamento para a mente, porque quando se aperceberem até o lugar do Presidente vão querer!
Muitos estarão a pensar que também se poderia contratar uns palhaços. Jamais! Nunca! Ser palhaço é uma arte e, para mais, o palhaço, por norma, é um indivíduo inteligente e com uma cultura artística brilhante. Logo, se tem educação nunca se daria a estes ridículos papéis.
Retirando o espírito carnavalesco deste texto, o resto é a fantochada natural na escolha de indivíduos desqualificados que só servem mesmo para beber uns copos, caso contrário não haveria necessidade de encomendar trabalhos aos gabinetes exteriores à entidade, quando se trata de trabalhos para os quais se tem supostamente gente qualificada!
Enquanto os lugares forem ocupados por gente desqualificada, os tascos continuarão a ganhar, logo o melhor para os qualificados é abrir um tasco! Não só vendem umas garrafitas como ainda podem abrir um gabinete para fazer o trabalho que os selecionados não sabem!
Haja coragem! Haja criatividade! Haja alegria! Assim, o país viverá sempre na fantasia!
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (24/02/2012)