sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quem foi mais ditador: Salazar ou os que se apoderaram do poder depois dele?


Quantos são os Presidentes que ocupam o cargo político anos e anos a fio? Certamente com o voto do povo, o que lhes dá legitimidade, mas no período do Salazar também votavam, nas listas salazaristas. Será que agora é diferente? Em certos sítios sim, mas noutros não, pois todos sabemos o que esses defensores de fachada fazem para controlar os votos: controlam as instituições, jogam com as licenças para construção, os empregos…
Até há aqueles que dizem, ‘andam as instituições a fazer o mesmo, só porque se zangam’, será? Ou será que muitas das zangas são conseguidas pela tentativa de controlo de certas políticas medíocres? «Se a associação tem um presidente que nos apoia, nós damos dinheiro, se não tem, não damos!». Este é o verdadeiro lema dos que herdaram os livros do senhor de Santa Comba Dão! Conhecemos associações que tentam controlar o que se diz, porque não se pode dizer nada que ofenda os senhores da política, mesmo que façam mal… claro está, se queremos liberdade, temos que abandonar as ditaduras e formar associações onde impere a democracia. E, para que fique bem claro, nem todas as associações estão dependentes das esmolas camarárias!
Era o que mais faltava, trabalhar de graça (voluntariado) e por cima ter que estar calados para não desagradar aos senhores fulaninhos das autarquias deste país. Muitos deles reformados com altos salários e, até há poucos meses, que acumulavam com outros salários tão ou mais chorudos. Este foi o grande problema do país, ‘ser governado por reformados de luxo’ que se fizessem obra ganhavam, mas se não fizessem ninguém lhes tirava o rendimento!
Envergonhem-se desses actos! Envergonhem-se de usar cravo ao peito! Envergonhem-se de tentar controlar o associativismo e que se envergonhem também os que entram nos vossos jogos. A vossa máscara está prestes a cair. Não adianta fazer mais joguinhos de sedução para controlar as instituições, porque esse tempo está a acabar. A resposta vai chegar e, pelos vistos, mais depressa do que estes senhores da tanga democrática estavam à espera. As instituições só se deixam embarcar nessas fraudes se os seus dirigentes forem fracos, porque não serão mais as actividades de fachada, só para sair nos jornais e justificar o tacho de mais um boy, que convencem a geração que vem aí e com altos níveis de formação.
A sociedade vai mesmo mudar, não haja mais dúvida alguma disso. A geração rasca vai mostrar que não é assim que se faz política e nunca será dessa maneira que o mundo evolui. Os que mudaram de casaca não terão mais aceitação nos seus partidos iniciais, porque são tidos como traidores, e os que se julgam superiores vão ser desterrados para o deserto, onde podem mandar sobre as pedras mortas, porque as suas ideias não mais valerão, nem serão tomadas como credíveis.
VIVA A DEMOCRACIA, VIVA A LIBERDADE, VIVA O NOVO 25 DE ABRIL, VIVA O 12 DE MARÇO DE 2011, PORQUE TODOS SOMOS ‘GERAÇÃO À RASCA’.
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (29-04-2011)