A política
portuguesa bateu bem no fundo! Os deputados, os tais representantes (deles
próprios ou, melhor, dos interesses corporativos que representam), os soberanos
desta nação à beira mar plantada, andam a brincar às birras eleitorais e nós
continuamos a pagar-lhes o ordenadozão como se nada fosse!
Pategos!
Otários! Somos mesmo umas bestas-quadradas que nem as 100 chicotadas de outrora
eram suficientes para nos fazerem perceber que só elegemos gente para nos
complicar a vidinha.
O que adianta
dizer que aquele grupo só está preocupado em defender os bancos da falência e
os altos cargos em empresas que pagam milhões? Ou o perdão das dívidas aos
ricalhaços? Ou o aumento de salários, mas só para aqueles que já ganham muito e
podem pôr as suas vidas em causa?
O Governo
insiste que a reposição do tempo de serviço dos Professores é dispendiosa e
pode levar o país a um retrocesso financeiro. Depois é injusto não contabilizar
para as outras classes profissionais… É claro que tudo isto é verdade. Mas onde
estão os verdadeiros gestores?
Ora vamos lá
raciocinar um bocadinho, mas vamos lá passar a coisa para laranjas. São
precisas 800 laranjas para que todos possam ter o que é seu por direito. No
bolo todo, o governo só tem 200 para distribuir. Faltam 600. Como se podem obter
as que faltam?
Provavelmente
deveriam começar pelas gorduras do próprio Estado. Cortar aos carros de luxo.
Às viagens. Às comezainas. Reestruturar as instituições públicas que gastam
milhões só porque os serviços estão obsoletos. Depois incentivar a um maior
investimento. Ajudar a fazer dinheiro para que isso traga mais impostos.
Aumentar o próprio salário mínimo. É uma vergonha o dinheiro pago a um
trabalhador que passa 8 horas dentro de uma fábrica. Criem incentivos às
empresas que paguem melhor. Ajudem-nas na exportação. Se um trabalhador ganha
mais também vai pagar mais impostos. O estado só lucra com isso.
Estes últimos
dias, no meio de tanta teatralidade, o que sobressaiu mais foi mesmo a triste
figurinha dos atores envolvidos. Todos sabem que são precisas 800 laranjas. Só
existem 200. Mas não se ouviu nem uma proposta para descobrir como fazer para
conseguir as outras 600.
Estes
políticos só sabem mesmo gerir o país com os impostos previamente
estabelecidos. Não estaria na altura de traçar novas leis de incentivo ao
crescimento e com isso todos beneficiassem?
Deixem de
atribuir aos privados o que deveria ser de gestão pública (Escolas, Hospitais,
Água e Luz…), rentabilizem os recursos que andam tantas vezes desperdiçados, e
façam leis que proporcionem uma aposta das empresas nos seus trabalhadores e na
sua produtividade.
Fazer bonito
com o dinheiro dos outros é fácil! Mas fazer bem com projetos inovadores, já
não é a mesma coisa!