Desaparece!
Não estou mais para te aturar. É o mesmo que dizer “atira-te aos porcos”. Às
vezes é esta a melhor forma encontrada para não nos envolver em situações que
em nada nos fazem bem. Atitude positiva, até porque “quem não tem cão, caça com
gato”, ou simplesmente ‘desenrasca-se’.
Foram tantas
as expressões que envolvem animais, que se ouviram nestes dias, parecendo um
levantamento exaustivo de uma cultura tantas vezes adormecida, que nos avivaram
a memória e nos relembram a importância da cultura popular e da sua transmissão
oral.
Já não
“apanho uma cabra” (bebedeira) há muito tempo. A vida de estudante já vai longe
e os excessos são cada vez mais controlados, até porque a ressaca custa mais a
desaparecer. Longe vão os tempos em que nos contentávamos com um vinho
qualquer, até porque “a cavalo dado não se olha o dente”. Quem ler isto até vai
pensar que bebo muito vinho, mas desengane-se a minha bebida preferida é mesmo
água, mas dão jeito estas analogias para escrever o texto e enviar para a
redação antes de ‘dar banho ao cão’ (tomar banho).
Ser do Minho
tem uma vantagem especial em relação ao restante país. As conversas, sobretudo
quando o pessoal está bem-disposto, têm sempre duas leituras possíveis. Basta
ver que grande parte dos autores pimba ou dos cantares ao desafio são
originários desta zona. Quem não conhece os ”peitos da cabritinha”?
Mas pronto,
sabemos bem que estamos numa altura do politicamente correto e parece que temos
de ser todos muito certinhos. Não adianta muito entrar em euforias, porque se
ninguém “engolir os sapos”, vamos começar a mandar uns aos outros “pentear
macacos”.