quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Atira-te aos porcos!


Desaparece! Não estou mais para te aturar. É o mesmo que dizer “atira-te aos porcos”. Às vezes é esta a melhor forma encontrada para não nos envolver em situações que em nada nos fazem bem. Atitude positiva, até porque “quem não tem cão, caça com gato”, ou simplesmente ‘desenrasca-se’.
Foram tantas as expressões que envolvem animais, que se ouviram nestes dias, parecendo um levantamento exaustivo de uma cultura tantas vezes adormecida, que nos avivaram a memória e nos relembram a importância da cultura popular e da sua transmissão oral.
Já não “apanho uma cabra” (bebedeira) há muito tempo. A vida de estudante já vai longe e os excessos são cada vez mais controlados, até porque a ressaca custa mais a desaparecer. Longe vão os tempos em que nos contentávamos com um vinho qualquer, até porque “a cavalo dado não se olha o dente”. Quem ler isto até vai pensar que bebo muito vinho, mas desengane-se a minha bebida preferida é mesmo água, mas dão jeito estas analogias para escrever o texto e enviar para a redação antes de ‘dar banho ao cão’ (tomar banho).
Ser do Minho tem uma vantagem especial em relação ao restante país. As conversas, sobretudo quando o pessoal está bem-disposto, têm sempre duas leituras possíveis. Basta ver que grande parte dos autores pimba ou dos cantares ao desafio são originários desta zona. Quem não conhece os ”peitos da cabritinha”?
Mas pronto, sabemos bem que estamos numa altura do politicamente correto e parece que temos de ser todos muito certinhos. Não adianta muito entrar em euforias, porque se ninguém “engolir os sapos”, vamos começar a mandar uns aos outros “pentear macacos”.