Estava a dar
uma volta nas diversas publicações jornalísticas sobre o orçamento de estado,
as propostas mais ou menos interessantes dos diversos partidos com
representação parlamentar, quando me apercebi que não adiantará chatear-me
muito com essas propostas, no final só ganharei mesmo chatices.
Ligo a
televisão. Lá está a novela. Um tipo relaxa mesmo a olhar para o ecrã e não ter
que pensar no que vem a seguir. O género novelístico tem esse poder de abstrair
a nossa mente para um mundo ilusório e envolver-nos na história como se
fossemos as próprias personagens. Não fosse o relógio e os compromissos do dia
seguinte e a aventura seria ainda mais apreciada, mas não dá mais. Até para ver
a novela temos de pagar a taxa de audiovisuais que está no recibo da
eletricidade.
Volto ao
orçamento. Aparece a notícia que o PSD, CDU e BE seguem alinhados para a
contagem integral do tempo de serviço dos Professores. Boa notícia. Mas como eu
gostava que o mesmo acontecesse para os Enfermeiros e para o aumento do salário
mínimo para os Trabalhadores que ganham menos. Na verdade, este orçamento tem
um ‘item – outros’ com um valor maior do que o investimento na educação e na
saúde. Sabem, só por acaso, para que serve esse item? Para pagar tudo o que der
na cabeça dos políticos, tipo deslocações, representações… mas na boa, nós
pagamos!
Portugal é um
país que concentra o poder em Lisboa. Lá se distribuem os cargos pelos maiorais
da política. Depois dá-se a entender que se discutem umas coisas, só para
parecer um estado democrático. Perdoam-se milhões à banca. Injeta-se milhões em
empresas que servem o estado, mas ninguém se pode reformar com 40 anos de
trabalho porque ‘seria insustentável’.
Ora tenham dó…
O melhor é mesmo ver novelas!