quinta-feira, 28 de junho de 2018

Os Professores são uma coisa estranha


Esses malvados dos Professores são mesmo uma raça muito estranha. Coisa feia de se ver. Gente tão má que é capaz de adiar o jantar só porque tem de corrigir os testes para entregar já no dia seguinte. Depois come qualquer coisa, só para enganar o estômago, já que a hora vai longa…
Os Professores são estranhos. São atores sem terem feito qualquer aula de representação. São pedagogos, mas também são o pai e a mãe quando a voz do conforto ou mesmo da disciplina é precisa. São Psicólogos e dominam a arte de bem orientar.
As palavras do Professor são mágicas. As palavras do Professor são autênticas tatuagens na construção do aluno.
Afinal, o que é o Professor?
Na opinião negativa, sobretudo quando interessa aos (des)governantes, o Professor é o indivíduo que tem três meses de férias e que vai à escola ensinar umas coisas…
Na realidade, o Professor é aquele que prepara os cidadãos para exercerem todas as profissões que se possam imaginar. Para além das aulas, tem toda uma carga burocrática que o obrigam a levar a profissão para todo o lado.
Conhecem alguma profissão que não precise do ensinamento do Professor?
Até poderemos ser tentados a responder que sim, mas o certo é que se há pessoas a exercer profissões e tenham aprendido através da observação e experimentação na prática, em algum momento da sua atividade vai precisar das orientações do Professor, seja no cálculo ou na escrita…
Por que será que os políticos têm tanto pavor dos Professores?
Simplesmente porque os Professores quando estão no poder conseguem ser muito melhores do que os tais ‘profissionais da política’. Os Professores não prometem o que não podem dar. Os professores apontam soluções reais. Os Professores ensinam a refletir e preparam os seus alunos para serem interventivos tal como Saramago, no Memorial do Convento, ou Eça de Queirós, no Crime do Padre Amaro ou nos Maias.
Numa altura em que se fala tanto na carreira dos Professores, seria importante pensar que há um longo caminho a percorrer até se conseguir uma sociedade mais justa e democrática. Não podem ser os senhores políticos a prometer uma coisa para ganhar eleições e depois os Professores a terem que engolir os sapos das suas sucessivas más gestões.
Os professores, ao contrário dos políticos, não têm ajudas de custo. Se não há dinheiro para contabilizar o tempo de serviço, então os senhores da política que comecem a dar o exemplo e congelem as suas próprias regalias.