Quando em
questão está a palavra cidade, automaticamente o nosso pensamento voa para a
‘pólis’ grega. A pólis era a cidade. A origem da civilização ocidental, que
depois de conhecida e transformada pelos romanos, deixa-nos a resposta para as
mais variadas problemáticas, mas as palas das doutorices contemporâneas parecem
não querer deixar ver.
Ora vamos lá!
É muito giro
ir ao SPA, não é? Pois bem, mas SPA significa tão simplesmente ‘Sale Per Aqua’.
Os Romanos já tinham estas práticas, hoje apenas há outras condições para
usufruir destas regalias saudáveis. E se tivemos capacidade para fazer
reaparecer estas práticas termais, por que será que se continuam a cometer
tamanhas atrocidades na gestão das cidades?
Recentemente
vimos um conjunto de árvores serem abatidas e, entre as vozes mais ou menos
descontentes, surgem alguns reparos que atiram a sabedoria para doutores,
engenheiros e arquitetos, como se a existência do mundo dependesse de títulos
académicos… Mas desenganem-se! O mundo só precisa mesmo da conjugação de
esforços, quer dos detentores do conhecimento teórico quer dos aplicadores da
prática.
As cidades
foram pensadas para as pessoas. Em tempos, as cidades eram os piores sítios
para se viver. Basta recuar ao período em que a industrialização faz crescer as
cidades, devido à procura de mão de obra, mas não estava preparada para ter
tanta gente, uma vez que as condições de higiene eram inexistentes e as doenças
são propagadas em grande escala. Já com as vias de comunicação melhoradas, as
pessoas podiam deslocar-se com maior facilidade entre a cidade e o campo, o que
volta a melhorar a qualidade de vida das populações.
E hoje? Será
que não se conseguem mesmo conjugar os conhecimentos científicos e os práticos?
Basta pegar
num livro de história da civilização grega ou da romana e as respostas estão lá
todas. Uma cidade precisa ter espaços habitacionais, espaços transitáveis de
automóvel, a pé ou de bicicleta, mas também precisa de espaços verdes que
ajudem a filtrar os gases poluentes e a renovar a atmosfera de quem precisa do
ar para viver.
Sabiam que a
terceira causa de morte em França é precisamente a poluição automóvel?
A cidade, na
nossa humilde opinião, é um palco. Um espaço onde acontecem coisas. Um local
onde a realidade se conjuga livremente com a fantasia e, deste modo harmonioso,
se constroem as histórias mais fantásticas na representação de cada ator, seja
em monólogo ou em diálogo. A cidade precisa tanto de casas como de árvores. Não
adianta dizer que há um parque da cidade ou uma serra ali perto, porque cada
bairro ou rua não são mais do que quadros ou cenas dessa grande peça teatral
que acontece ao mesmo tempo na cidade. As famílias querem os seus filhos a
brincar ali no jardim da rua, não a 2km no parque da cidade!
Construir a
cidade em diálogo com a natureza é o rumo certo para uma melhor qualidade de
vida!