segunda-feira, 14 de maio de 2018

As cidades têm de ser pensadas para as pessoas viverem com qualidade, certo?


Quando em questão está a palavra cidade, automaticamente o nosso pensamento voa para a ‘pólis’ grega. A pólis era a cidade. A origem da civilização ocidental, que depois de conhecida e transformada pelos romanos, deixa-nos a resposta para as mais variadas problemáticas, mas as palas das doutorices contemporâneas parecem não querer deixar ver.
Ora vamos lá!
É muito giro ir ao SPA, não é? Pois bem, mas SPA significa tão simplesmente ‘Sale Per Aqua’. Os Romanos já tinham estas práticas, hoje apenas há outras condições para usufruir destas regalias saudáveis. E se tivemos capacidade para fazer reaparecer estas práticas termais, por que será que se continuam a cometer tamanhas atrocidades na gestão das cidades?
Recentemente vimos um conjunto de árvores serem abatidas e, entre as vozes mais ou menos descontentes, surgem alguns reparos que atiram a sabedoria para doutores, engenheiros e arquitetos, como se a existência do mundo dependesse de títulos académicos… Mas desenganem-se! O mundo só precisa mesmo da conjugação de esforços, quer dos detentores do conhecimento teórico quer dos aplicadores da prática.
As cidades foram pensadas para as pessoas. Em tempos, as cidades eram os piores sítios para se viver. Basta recuar ao período em que a industrialização faz crescer as cidades, devido à procura de mão de obra, mas não estava preparada para ter tanta gente, uma vez que as condições de higiene eram inexistentes e as doenças são propagadas em grande escala. Já com as vias de comunicação melhoradas, as pessoas podiam deslocar-se com maior facilidade entre a cidade e o campo, o que volta a melhorar a qualidade de vida das populações.
E hoje? Será que não se conseguem mesmo conjugar os conhecimentos científicos e os práticos?
Basta pegar num livro de história da civilização grega ou da romana e as respostas estão lá todas. Uma cidade precisa ter espaços habitacionais, espaços transitáveis de automóvel, a pé ou de bicicleta, mas também precisa de espaços verdes que ajudem a filtrar os gases poluentes e a renovar a atmosfera de quem precisa do ar para viver.
Sabiam que a terceira causa de morte em França é precisamente a poluição automóvel?
A cidade, na nossa humilde opinião, é um palco. Um espaço onde acontecem coisas. Um local onde a realidade se conjuga livremente com a fantasia e, deste modo harmonioso, se constroem as histórias mais fantásticas na representação de cada ator, seja em monólogo ou em diálogo. A cidade precisa tanto de casas como de árvores. Não adianta dizer que há um parque da cidade ou uma serra ali perto, porque cada bairro ou rua não são mais do que quadros ou cenas dessa grande peça teatral que acontece ao mesmo tempo na cidade. As famílias querem os seus filhos a brincar ali no jardim da rua, não a 2km no parque da cidade!
Construir a cidade em diálogo com a natureza é o rumo certo para uma melhor qualidade de vida!