O Facebook é
uma espécie de altifalante inteligente. E só é inteligente porque guarda as
nossas pesquisas para as usar e servir-nos o que queremos depois de as misturar
por milhares de fornecedores publicitários.
A comunicação
é base estrutural na construção social. Saber comunicar tornou-se uma das
maiores armas ao dispor do ser humano. O mecanismo escolhido nem sempre é o
melhor e dão-se as consequências mais ferozes e desastrosas. Não estará na hora
de promover cursos “Como comunicar nas Redes Sociais?”
Bruno de
Carvalho é a mais recente vítima das suas próprias publicações. Tem dado mesmo
muito que falar e, quando lhe é dada a oportunidade de mostrar algum
arrependimento, ainda atiça mais com uma outra publicação. Pois, o resultado só
podia ser ‘uma forte dor nas costas’ com tantos apupos e assobios…
Essa enorme
rede social a que chamam de ‘Facebook’ também não atravessa a melhor das suas
fases. Os dados dos seus utilizadores foram tão apurados que serviram para lançar
a confusão nas próprias eleições americanas. Quem pensava que uma plataforma
online pudesse ter tamanha influência numas eleições para uma potência mundial?
Não adianta
mais tentar tapar o sol com a peneira e pensar que a culpa de tudo isto é do
facebook. Pois não é! A culpa é mesmo de todos nós que publicamos lá tudo e sem
grandes preocupações. A liberdade tem destas coisas. Se alguém nos limita o que
queremos dizer apressamo-nos a culpar de ditadores, mas depois somos nós mesmos
que vamos dar as ‘cartas ao inimigo’ de mão-beijada ao expor-nos sem qualquer
critério escrupuloso.
Continuaremos
a preferir as redes sociais livres e a permitir publicar tudo o que nos vai na
alma, mas não podemos deixar de dizer que é fundamental uma aposta séria na
formação dos cidadãos para que saibam o que podem e o que não devem publicar
para que as suas vidas continuem sem que outros as possam dominar. Cada um tem
de ser o seu próprio regulador.
Na verdade, a
maioria das redes sociais não são mais do que altifalantes, ou seja, dizem em
alto som o que escrevemos baixinho. Não dão mais do que amplitude ao que
realmente somos e, certamente, não será por deixar de publicar de um momento
para o outro que vamos mudar o nosso comportamento, simplesmente os outros vão
saber menos das nossas ações continuadas.
Bruno de
Carvalho não é caso isolado. Há por aí tantos outros que usam as redes sociais
não só para partilhar as suas opiniões às vezes interessantes, mas também para
mandar uns bitaites aos que não os apoiam. Lembram-se das últimas autárquicas
em Fafe?
As redes
sociais estão ao dispor de todos, mas são poucos os que as sabem utilizar para
comunicar. Quem usa as redes sociais para criticar um familiar, uma vizinha, um
amigo, um atleta… Só mostra ao mundo que não consegue mais comunicar! E para
que haja comunicação é preciso que haja ‘um emissor, uma mensagem e um recetor’
que por sua vez interpreta e dá o seu feedback da mensagem, pois só aí é que há
comunicação.