Somos os maiores. Isto nem parece mais
Portugal. Aquele país à beira mar plantado que depois de uma crise grave se
ergueu e começou a ganhar tudo o que havia para ganhar. Foi o Campeonato da
Europa. O Festival da Eurovisão. A eleição do Guterres para o mais alto cargo
da ONU. O Ronaldo continua a somar troféus por onde passa. O Mourinho volta a
ganhar. O Presidente da República adotou a palavra ‘afetos’ e faz do ato o
brilho de tanta gente que se considera próxima do representante máximo. Isto
anda bonito, pá!
Fafe não está muito diferente do país. No
Raly, o mesmo sucesso de sempre. O Fafe tem uma moldura humana que dá gosto. As
aldeias viraram-se finalmente para o seu património natural. A Terra Justa, o
Festival da Vitela… enfim, há tanta coisa positiva a acontecer que se pode
dizer que Fafe está a seguir o rumo certo. O que falta? Falta uma política que
saiba aproveitar o melhor de cada aldeia, grupo ou pessoa. Mas quanto a isto,
só o tempo o dirá…
Podemos dizer que o que não está bem em
Fafe são os políticos. Ou a política dos políticos.
Mas não quero falar desses. São sempre os
mesmos. As mesmas caras. As mesmas ideias ou a falta delas… São sempre os
mesmos a trabalhar para os mesmos. Estou fora…
Como gosto deste Portugal assim. Fafe é só
mais uma parcela que terá a sua hora de se livrar de todos estes políticos e
encontrar alguém mais ao estilo de Marcelo. Uma nova geração de malta que vai
sair de onde menos se espera. Malta que vai cortar com o estereótipo desses
partidos e movimentos todos. É urgente mudar o rumo a Fafe.
Estas trocas e baldrocas são o reflexo do
que chegou a política e os seus atores. Uma vergonha chapada onde a palavra
‘vale tudo’ é ordem há muitos anos, não pensem que é só de agora. Mas valha-nos
Portugal. Valha-nos as vitórias por esse mundo fora. Mas valha-nos também as
vitórias dos nossos conterrâneos, mesmo que seja uma jovem médica de Regadas,
filha de gente humilde, que ganhou o prémio de melhor aluna. Foi para isso que
apareceu o Abril. A revolução. A possibilidade de estudar dada a todos por
igual. E, só assim, todos podem levar o nome de Portugal bem alto.
«Só falta (mesmo) cantar a língua
portuguesa!»
E em Fafe, mandar os políticos para as serras até às eleições só a pão e água!
E em Fafe, mandar os políticos para as serras até às eleições só a pão e água!