terça-feira, 16 de setembro de 2014

A festa dos corpos

    ... foram as palavras mais bonitas que alguma vez ouvi. Aquela certeza, estampada naqueles olhos castanhos brilhantes, fazia de mim o homem mais feliz do mundo.
     O café do Avenida era o ponto de encontro. Claro, o café era o pretexto. Ninguém queria beber nada. Era mais uma desculpa inocente para dois corpos que se querem amar, mesmo que um deles o negue insistentemente.
     Os dois amantes percorriam as calçadas apressadas. Desejosos que nenhum conhecido atravessasse o caminho. A temperatura dos corpos abrasados... Os olhares cruzados entre sorrisinhos tímidos e comprometedores anunciavam a festa dos corpos entrelaçando-se nas mais deliciosas cumplicidades da vida.
     A janela pendular marcava o tempo entre a razão e o imaginário.