quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Eu gostava muito que a Opus Dei proibisse um livro meu

Tenho, por princípio,  maior respeito por qualquer organização se esta defender os valores, mas não posso ficar indiferente ao ler a notícia "Opus Dei proíbe 79 livros de autores portugueses". Até podia ser outros, mas por acaso até são de autores que muito aprecio e que trabalho ao longo do ano escolar com muito gosto.
O que a Opus Dei está a fazer com esta lista negra de livros não é mais do que uma grande publicidade aos mesmos. Eu próprio, se já tivesse um livro publicado, gostava muito que também constasse dessa lista, era sinal que o livro tinha muito a dizer à sociedade, sobretudo à comunidade católica em que eu também me incluo. Não deveria, talvez neste momento, dar esta informação, mas o certo é que estou a escrever em várias frentes e um dos meus projetos, ainda que criação e inspiração num tempo e espaço bem definido, bebe de muitas das obras dos livros proibidos.
O que me preocupa não é propriamente a lista mas o que ela pode causar. Ainda que as pessoas que aderem à Opus Dei possam ter princípios de qualidade, o certo é que se tornam demasiado fundamentalistas e, para mim, tudo o que é extremo e radical é péssimo! Mais do que a lista, o que pode estar em causa é  o possam fazer com estas matérias, por exemplo, professores membros da Opus Dei que sigam as regras sem pensarem por si, formatados pela cegueira. O Ministério da Educação tem de estar atento!
A cultura faz-se com o conhecimento de todas as obras sem barreiras ou mesmo 'antolhos'. Limitar o conhecimento de certas obras só pode querer dar uma imagem do que não é e, no caso da Igreja, encobrir os 'pecados' dos seus líderes que tantas vezes vai contra o próprio catecismo. Errare humanum est!
Seja como for, esta notícia é uma tremenda publicidade para os autores e, neste caso, a Opus Dei está de parabéns, porque «o fruto proibido é o mais apetecido».