O
próximo ano é aguardado com alguma reserva. As medidas aprovadas em sede
parlamentar não deixam sossegado quem precisa do salário mensal para
sobreviver, porque não conhece a sua real implicação no orçamento familiar.
Numa situação dúbia só resta uma solução possível: Reinventar 2013.
Apostar
na criatividade pode tornar-se um escape excelente para uma vida desafogada. As
melhores ideias têm de sair da gaveta e não é preciso saber escrever muito bem
para o fazer. Empresários e empregados terão de perceber que a aposta na
‘meritocracia’ será a forma mais eficaz para um futuro próspero. Aceitar a
opinião dos outros, independente do seu grau de formação, é aceitar a sua
envolvência na ideia que, depois de devidamente analisada, se transformará em
projeto e proporcionará um aumento de produtividade.
Um
papel, nem que seja as costas de um saco de cimento qualquer, uma caneta ou um
lápis, mesmo daqueles de afiar na pedra, é suficiente para traçar a ideia. Não
importa mesmo de onde ela surge, o que interessa é a forma como é apresentada.
As empresas, muitas vezes, não precisam mais do que rentabilizar os gastos
excessivos. Há empresas que gastam rios de dinheiro na fatura da luz, a maior
parte das vezes deve-se ao facto de não repararem que não precisam de tantas
lâmpadas ligadas ao mesmo tempo. Vejam-se as autarquias que resolveram apagar a
iluminação a partir de uma certa hora da noite, não seria mais inteligente
retirar algumas lâmpadas onde estão seguidas ou postes com três e deixar estar
durante toda a noite? O que se tem verificado é um aumento de criminalidade e,
claro está, depois de ficar tudo às escuras. Há zonas em que o roubo de cobre é
constante… será altura de colocar um travão, não?
Marques
Mendes, numa notícia avançada pelo Jornal I, aquando da segunda Universidade
Política do PSD/Lisboa, defendeu uma “revolução” nos poderes das câmaras, que devem privilegiar o "desenvolvimento social e
económico" em detrimento das obras. A partir duma análise à ação das
autarquias, mostra que «as câmaras municipais
passaram por duas fases até hoje: Construção de infraestruturas básicas (anos
90) e mais recentemente pela construção de equipamentos (desportivos, de saúde,
educativos ou sociais)» e conclui que «nas próximas eleições autárquicas é preciso
"uma mudança de cultura e mentalidade".»
A temática da “Revolução Cultural” já foi abordada por mim algumas
vezes nas páginas deste Jornal. Do público ao privado, o País precisa repensar
a sua forma de atuar. Muito mais importante do que estar munido das melhores
infraestruturas, ter a melhor produção e programação faz a diferença enquanto
afirmação da identidade de uma região ou, se se tratar de uma empresa, da
qualidade no campo da competitividade. As melhores ideias não precisam de um
‘canudo’, embora o ‘canudo’ se afirme como uma mais-valia porque quem estiver
melhor preparado vai saber dar àquela ‘ideia/projeto’ o melhor rumo.
Neste
ano de 2013 qualquer pessoa pode fazer a diferença na empresa ou entidade que o
acolhe enquanto profissional ou que pode vir a acolher como tal, basta pegar na
tal folha e na caneta ou no lápis e traçar as linhas mestras para o projeto dos
projetos. Depois, com toda a humildade, apresentá-la ao seu Diretor ou Patrão.
Já estes têm de criar uma forma de gratificar quem também contribui para o
sucesso da entidade que representam. O melhor Diretor ou Patrão não tem de ser
o que tem a melhor ideia, mas o que sabe ouvir, analisar e aproveitar as
melhores ideias.
Haja
humildade e criatividade que o país avança. Força 2013.
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (28-12-2012)