Assumir
as responsabilidades dos nossos atos é uma tarefa nobre. Não se pode votar no
sentido de aprovar ou rejeitar uma proposta e depois querer que os outros
também assumam essa responsabilidade. Até poderiam existir quinhentos mapas e
nenhum ser aprovado, se foi aprovado é porque alguém decidiu aprová-lo e só
esses são os responsáveis.
O
Partido Socialista, já em segundo comunicado, pede agora aos elementos que
compuseram a Comissão da Assembleia para decidir a junção de freguesias para
“Mostrar mapas?” Mas mostrar mapas para quê? O que importa agora se eles até
tinham mapas idênticos? Até poderiam estar todos iguais, mas só contam depois
de aprovados.
A
responsabilidade aos responsáveis!
Não
me surpreende que isto esteja acontecer. Logo que a presidência da assembleia recusou
explicar as razões pelas quais juntou aquelas freguesias, apercebi-me que se
tratava de algo muito esquisito. Não deixo os meus alunos do 10.º Ano
apresentar trabalhos sem explicar as razões da escolha, não me parece que
votaria favoravelmente numa proposta em que eu desconheço a relação entre as
freguesias. Por que não foi explicado? Qual a razão de tanto mistério? Não
seria mais normal que se fizesse uma apresentação do trabalho desenvolvido? Ou
será que não o fizeram porque não sabem trabalhar com power point? Podia ser só
falado…
E
mais, por que é que se desvinculou da proposta os elementos que compuseram a
comissão? E se o fizeram, por que é que o Partido Socialista insiste em
acusá-los de ‘cobardes’ se foi o próprio Presidente da Assembleia, também ele
do PS, que fez questão de reforçar que nenhum dos elementos estava vinculado à
mesma?
Quer
queiram quer não queiram, “PSD, IPF e CDU” em nada podem ser responsabilizados
em relação a este mapa, porque só teve verdadeira importância aquando da sua
aprovação. E quem aprovou, quem foi? Ora digam lá…
Para
a próxima é melhor explicar às pessoas as razões das propostas. Há pessoas que
não gostam de permanecer na ignorância, precisam ser esclarecidas antes de uma
decisão… e não votam sem certezas. Bem ao contrário da frase conhecida que diz
“Não tenho dúvidas e raramente me engano”, raramente
me engano porque tenho muitas dúvidas.
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe