segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Moinho


           O Moinho inutilizado pelo homem,
despedido do trabalho agreste,
           Onde as pastagens verdejantes
Acolhem os rebanhos solitários,
É agora o centro da minha fantasia.
Ali vivem as Musas e Ninfas,
As Fadas e Adivinhas,
As Mulheres de amores
E os Cupidos flamejantes.
A água sai do leito
Com a crispação da atmosfera,
Que nos incomoda durante o dia
E nos recorda ao anoitecer...
Com ela corre meu pensamento
Que desponta por cabelos e olhos castanhos
Se empobrece ao findar a estação
Neste momento de carinho festivo.
O Moinho esconde a minha ilusão,
Mostrando um rosto pobre e degradado,
Mas o verdadeiro salão nobre
Enaltece este ser desesperado.
Aquele se entristece para o povo
Com a cabeça baixa e o olhar cansado,
Dentro as Ninfas e Musas triunfam
Na sabedoria... no fado.