O que
realmente importa não são mais as conversas. A felicidade invade o espírito e,
sem preocupações futuras, surge o aroma de um tempo doce. A verdade, tantas e
tantas vezes tida como sentido único, compreende que é preciso dar tempo ao
tempo. Mas a sintonia das coisas mais naturais, atiram-se entre a espada e a
parede, numa brincadeira de meninos, até compreender o que realmente ‘agora’
importa: aproveitar o momento.
Os
objetivos traçados a régua e esquadro, sem fecharem a linha do horizonte, permitem
uma leitura constante do mundo, realizando sonho após sonho. Na humilde
condição humana, a confrontação do dia e da noite, da luz e das trevas, do bem
e do mal, são a força motriz da caminhada.
O Homem
é mesmo um caixa de surpresas. A sua postura perante a vida parece não ter fim.
As suas necessidades são tão claras e tão obscuras que parece nada mudar com o
passar dos tempos. Umas vezes questiona-se a atitude pela positiva, outras pela
negativa e quase sempre não se percebe.
Num
processo de construção humana, ladeado de tantas confrontações, aprende-se
sobretudo que importa manter a posição firme, sem se preocupar com o que os
outros dirão, porque se todas as vezes que se dá um passo nos preocuparmos com
as críticas, jamais viveremos. Na construção humana não importa mesmo nada se
dizem bem ou mal, mas importa que as ações individuais sejam conscientes,
porque aí se mostra posição. Quantas vezes as pessoas são convidadas pelos
amigos para cometer loucuras e excessos? Quantas vezes são acusadas de não
colaborarem com as ideias fraudulentas da ajuda ao próximo? Quantas vezes são
apontados como traidores, só porque não obedecem aos seus chefes?
O Homem
não é senhor de si mesmo, é fruto de um enorme conjunto de influências, mas se
não se liberta da necessidade de agradar aos outros, nunca se poderá afirmar
como Homem, mas uma marioneta de um espetáculo qualquer!
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (25-05-2012)