sexta-feira, 24 de junho de 2011

Infeliz daquele que vive à sombra dos projectos dos outros!


Quem nunca fez um projecto na vida?
A sociedade é mais complexa do que se possa imaginar, mas não é assim tanto que nos impeça de fazer bons projectos e alcançar todos os objectivos. Há momentos que pensamos que nunca conseguiremos obter determinados patamares, depois, porque lutamos, verificamos que nem foi assim tão difícil alcançar este ou aquele objectivo.
A verdadeira razão do sucesso reside precisamente nos chamados ‘objectivos’. Não devemos ter a ilusão que conseguimos tudo, porque há tanta coisa nesta vida que é impossível ter o conhecimento global do que existe quanto mais conseguir saber, ser ou ter tudo, mas devemos traçar o que realmente queremos e lutar com ‘unhas e dentes’ para obter o pretendido. Claro está, nem tudo é válido, principalmente se em causa estiverem os verdadeiros valores da moral e dos bons costumes. Reconhecemos que cada um pode ler estas palavras à sua maneira, mas todos saberão que dizer as verdades, custem o que custarem, é uma coisa, atraiçoar aqueles que estão ao seu lado para se aproveitarem das suas capacidades é outra.
Numa observação atenta à política ou mesmo a determinados grupos, que de cívicos só têm o nome, deparamo-nos muitas vezes com situações muito pouco claras. Há grupos que têm objectivos definidos, mas muitos outros não passam de oportunistas de situações. Isto é, existem aqueles que traçam planos, fazem candidaturas a programas de financiamento, usam e abusam das suas capacidades intelectuais para criar mais e melhores oportunidades a todos os que dependem desse grupo ou comunidade, mas também existem outros que não têm qualquer objectivo senão o seu bem-estar e, por isso, não gastam neurónios a pensar como fazer para que o seu grupo ou comunidade fique melhor, muito pelo contrário, estes são os que se envolvem nas organizações políticas ou sociais e, depois de aprovados alguns projectos que outros candidataram, fazem eles um grupo dentro daquele para colher os louros das capacidades dos anteriores.
Sabemos que esta reflexão não trás nada de novo, nem o nosso objectivo é inovar, apenas pretendemos reflectir sobre um assunto que nos pode trazer consequências graves num futuro próximo e por uma razão muito simples: se temos nos grupos ou na política pessoas que estão a colocar em prática as ideias dos outros, o que irá acontecer depois de concluídas as obras, ideias e projectos que outros lhes deixaram se eles não têm nem um projecto que seja da sua autoria?
Pedro Miguel Sousa,
in “Jornal Povo de Fafe” (24-06-2011)