sábado, 2 de abril de 2011

O FMI pode descobrir os podres dos governantes


O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem sido retratado como um bicho muito mau que pode colocar a vida das pessoas numa desgraça. Mas será que a vida das pessoas já não está difícil? É certo que recorrer a ajuda não é bom sinal, mas será que o FMI é assim tão mau ou será que pode descobrir o buraco para onde foi sendo atirado o dinheiro dos nossos impostos e, por isso, alguns governantes lhe têm tanto medo?
Já que todos temos a mania de nos agarrar a memórias e mitos, gostaria de relembrar aquele a quem todos temiam que ninguém se atrevia a passar por ele, o Adamastor. O mito foi perdurando até que um povo, guerreiro e destemido, que já tinha conquistado a terra e se virara para o mar, resolveu enfrentá-lo. Esse herói chamava-se ‘POVO PORTUGUÊS’.
O Eng. Sócrates Pinto de Sousa, Primeiro-ministro de Portugal demissionário, tem muito medo a este adamastor, não sabemos o porquê, mas sabemos que se tem medo não pode continuar a ser o timoneiro de um barco que está no meio da tempestade. É verdade que o FMI baixou o salário mínimo na Irlanda, mas tomáramos nós viver com o actual salário mínimo da Irlanda agora!
O que nos apraz registar sobre o FMI não é o considerar que esta seja uma solução desejável, mas é melhor que venha antes que isto se afunde de vez. Os nossos governantes já deram prova que não sabem gerir os nossos impostos, por isso vamos lá contratar alguém, ainda que lhes paguemos mais, para que possam retomar este país que já vinha assumindo PEC atrás de PEC e nada garantia que ficaríamos só pelo quarto.
A preocupação, que agora estamos a assistir destes (des)governantes, não é propriamente pelo país, mas pelos lugares à sombra que estes senhores se foram habituando e nós culpados por alimentar estes mesmos sítios. Como qualquer pessoa que deixa de produzir para o seu sustento, Portugal fez o mesmo. Hoje não temos agricultura, hoje não aproveitamos o mar, hoje estamos falidos.
No entanto, continuamos com terra e com mar, embora nem sabemos cultivar nem pescar, mas temos formação em gestão, marketing, letras, saúde… só precisamos de chamar os nossos pais para nos ensinarem a plantar umas batatas, umas couves e outros alimentos para que possamos juntar a sabedoria da terra e do mar com a formação que tivemos, talvez assim a economia portuguesa volte a crescer.
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (01-04-2011)