sábado, 29 de janeiro de 2011

«Servir é a arte suprema. Deus é o primeiro servidor!»


A VIDA É BELA, Um Filme de Roberto Benigni
‘Em democracia não há derrotas. A maior vitória tem de ser o povo.’ Da minha parte convivo muito bem com uma não eleição, mas não admito gente falsa! Em tempos, na minha Faculdade, fui eleito duas vezes para o Conselho Pedagógico e numa outra eleição, para representante dos estagiários, perdi por um voto. E perdi porque um votante em vez de colocar o meu nome (Pedro Sousa) colocou como me tratava (Fafe), logo foi nulo e o resultado, histórico, teve 129 – 128. Não tive problemas em cumprimentá-lo no final. Muito pelo contrário, ambos estávamos a concorrer para representar os nossos colegas e, neste caso, a sua votação fora maior.
Todo este percurso, que considero um tempo muito enriquecedor na minha vida académica, foi muito importante para a minha formação cívica. Desde muito cedo me habituei a lidar com vitórias e derrotas, mas sempre me recusei a viver com a falsidade, o oportunismo e a mentira. Não tenho problemas em cumprimentar um adversário político, porque esse pode ter o mesmo objectivo que eu, em contribuir para o bem comum, mas não consigo de todo acompanhar com aqueles que se aproveitam das circunstâncias para ‘apunhalar’ pelas costas logo que lhes seja oportuno.
Posso dizer que tenho amigos nos vários quadrantes políticos. Amigos mesmo, daqueles que estão connosco sempre, menos na altura da defesa dos respectivos partidos, ainda que às vezes, porque alguns, tal como eu, não se consideram propriedades dos partidos mas sim seus militantes, possamos estar todos do mesmo lado e defender o colectivo. Na verdade, nunca tive problemas em estar com aqueles que sei que defendem um partido ou uma ideia diferente da minha, mas nunca gostei de estar, até os evito, com aqueles que nunca se sabe a sua posição, esses são muito falsos!
Ao verificar tamanha abstenção neste país, penso que é, mais uma vez, oportuno focar a necessidade da renovação da classe política e das ideias vigentes. Estas estão obsoletas e já não servem. É preciso voltar a motivar os mais novos para a cidadania, o uso do seu direito que está no voto e alertar para a necessidade destes se envolverem numa política que merece muito mais do que a que nós já bem conhecemos.
Como diz a célebre frase: «Para que o mal triunfe, basta que os homens de bem nada façam!», por isso, todos têm de agir, para que a política deixe de ser ocupada por aqueles que se servem dela e passe para aqueles que a querem servir.
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (28/01/2011)