sábado, 28 de novembro de 2009

Como conseguir emprego sem precisar de tacho

O desemprego continua a aumentar e as respostas necessárias perdem-se na urgência do assunto.
O mercado de trabalho, sem dúvida, tem uma importância primordial na sociedade, principalmente no seu sistema económico. A auto-estima e o estatuto social são reforçados pela ocupação profissional que cada indivíduo desempenha, não querendo, com isto, fazer uma diferenciação de níveis ou classes sociais, mas realçando a importância que uma profissão desempenha para a elevação da moral da pessoa que a desempenha.
Crescemos com a célebre frase «A roupa de trabalho dignifica o homem», que meu pai repetia vez sem conta e, desde logo, nos apercebemos que o trabalho era um caminho privilegiado para alcançar uma vida de estabilidade e harmonia.
Nos tempos que correm, somos obrigados a remar contra a maré, uma vez que a oferta de mão-de-obra é maior do que a sua procura. Esta dura realidade obriga a uma ‘atitude activa’ na busca de uma ocupação, o que exige dinamismo, persistência e organização por parte daquele que precisa de entrar ou voltar para o mundo do trabalho. O tempo em que havia emprego para todos ou que se terminava um curso e era imediatamente colocado na área de formação já não existe, mas ainda há um mercado vasto que pode e deve ser explorado, sendo a criatividade e a astúcia os pontos mais importantes nesta etapa.
Embora se conheça uma vasta área de mecanismos ao dispor das pessoas (Centros de Emprego, sites, anúncios de jornal, empresas de recrutamento…), é necessário que aquele que procura emprego use as ferramentas culturais e científicas que tem ao seu dispor, fruto de uma aposta prévia na formação, e pesquise todas as áreas de intervenção que estão ao seu dispor, bastando perder (ganhando) tempo nas plataformas da internet (QREN, Plano Tecnológico, PRODER…), estudar programas, construir planos e apresentá-los às empresas, sendo que a sua implementação lhe garante um lugar profissional.
Grande parte das empresas portuguesas está a passar por um crise terrível devido ao marasmo a que se deixaram chegar, outras, infelizmente, porque não conseguem competir com preços mais baixos de produtos do que aqueles que têm para aquisição da matéria que precisam para transformação. Contudo, reconhecendo o retardamento cultural das empresas, o caminho passará pela aposta determinada numa perspectiva de mudança de mentalidade e de cultura empresarial. Numa proposta bem estruturada a uma empresa, o candidato não só ganha o seu emprego como também a sua afirmação.
in Jornal Povo de Fafe (27/11/2009)
Pedro Miguel Sousa