Fruto de uma
oportunidade que a Universidade de Coimbra me proporcionou, a vivência numa
República de estudantes, no passado final de semana lá rumei até uma pequena
aldeia em Janeiro de Cima, no Fundão. Independente do que pudesse estar para me
receber, são os abraços fraternos o que mais valorizamos. Mas como é óbvio,
tudo o que possa ajudar a engrandecer o belo encontro é sempre bem vindo.
E foi assim que apareceu
a casa típica na aldeia de xisto e a praia fluvial devidamente apetrechada: bar
de apoio; campo de jogos; churrasqueira e mesas para a tainada; a barca típica
que outrora ajudava no transporte de bens alimentares e até animais caprinos e
agora ao dispor dos visitantes para apreciarem a paisagem.
E são assim as aldeias
que marcam a diferença. São apenas 300 pessoas a residir habitualmente ali, mas
são bem mais aos fins de semana e no verão. Este último é comum a muitos outros
locais deste país de emigrantes, mas aumentar todas as semanas é só para
aquelas que conseguem ter algo para oferecer. Por que se renovam? Por que
acontece alguma coisa pontual? Ou será apenas por que usam o que de melhor têm?
Certamente que qualquer resposta seria possível, mas é sobretudo a reconstrução
de edifícios e tradições que são há já algum tempo o que mais está a devolver a
grandeza às aldeias.
É claro que podemos
dizer que já todos sabíamos isto. Mas se assim é, por que será que nem todas as
aldeias sabem ou querem aproveitar isso?
Também sabemos. Todos.
São os interesses particulares em detrimento do coletivo. É tudo menos o que
importa a um político de honra. O trabalho para a comunidade.
Uma aldeia talvez não
precise de muito para ser uma referência no panorama nacional e, muitas vezes,
até internacional, mas para isso tem de trabalhar em conjunto com outras. Ser parceira
em aspetos semelhantes e nunca concorrente. Ser diferente nas suas
particularidades, mas complemento nas ações.
Só uma política cultural
bem estruturada e agregadora é que será capaz de elevar a memória de um povo!
Falta cantar a língua
portuguesa!