Será mesmo que o mundo está em constante mudança?
Ao reler algumas das obras queirosianas (Os Maias, O Crime do Padre
Amaro…), apercebo-me que a sociedade se evoluiu foi só nos canais para levar a
mensagem, já que os conteúdos pouco ou nada evoluíram em relação àqueles
tempos. A política continua em esquemas manhosos,
há jornais que só dizem as verdades convenientes, os saraus são para as
papoilas das senhorecas, a igreja a encobrir o pecado… Nada que já outros o
tenham dito, mas não estará na hora de criar um verdadeiro plano de leitura
para que os erros do passado deixem definitivamente de se prolongarem ad eternum?
Um recente estudo estatístico, divulgado esta semana, concluiu que a
gravidez na adolescência tem diminuído, o que se deve è educação sexual nas
escolas. Há também o exemplo da reciclagem que ainda que não tenha dado frutos
no imediato, começou a sentir-se aos poucos devido à sensibilização também ela
nas escolas. Ou seja, a Escola é o local de instrução por excelência. A Escola,
ainda que jamais consiga substituir os afetos familiares, será sempre o espaço
privilegiado para captar a atenção dos discentes. Aqui já iniciou o Plano
Nacional de Leitura, o que se espera que traga os benefícios desejados a
médio/longo prazo, mas será que há outras formas de olharmos para a sociedade e
encontrar canais que possam representar essa formação que tanta falta faz ao
ser humano?
É claro que sim, os jornais são os primeiros a ter essa função. Mas para
que isso aconteça é necessário que os seus escritores sejam devidamente
instruídos. E o que é uma pessoa instruída? Um doutor? Nada disso… uma pessoa
instruída é aquela que tem “a humildade da criança, o espírito do jovem e a
sabedoria do velho”.
A criança não tem barreiras para o perdão, tanto se chateia como já está a
brincar outra vez com a mesma criança, o jovem tem aquele espírito de luta e
aventura, já o velho é o sábio que acarreta consigo um conjunto de sabedoria
que não vem em livros, mas que a vida lhe ensinou. Juntar estes três
ingredientes é a construção da pessoa em pleno.
Deve ser também assim a história de um Jornal.
Parabéns ao Jornal Povo de Fafe!