terça-feira, 13 de outubro de 2015

António Costa está a fazer o que a Constituição lhe permite

Por um se ganha e por um se perde

A novela anda animada. Uma reunião aqui, outra acolá… faz-me lembrar quando um gajo quer comprar um carro novo. Primeiro escolhe-se o carro, depois percorrem-se os stands da própria marca para ver quem dá mais (desconto à compra).
No início, acreditava que António Costa andava a juntar munições junto do BE e da CDU para conseguir ganhar a batalha à Coligação. Não para ser indigitado Primeiro Ministro, mas para obrigar a Coligação a aceitar as suas propostas. Hoje não me parece tanto isso…
Primeiro, para que fique claro, o que António Costa anda a fazer é legítimo. Está contemplado na constituição. Se há alguma coisa errada, então mude-se primeiro a Constituição!
Segundo, parece-me bem que Costa reúna as tropas no Largo do Rato e, democraticamente, assumam uma posição. Parecia-me mal era se o Costa fizesse isso sozinho ou com dois ou três.
Terceiro, vejo que estas eleições serão um marco histórico pela abertura do BE e da CDU, coisa que até agora nem se imaginava.
Quarto, e para concluir, continuo a achar que quem deve governar é a Coligação, porque foi a mais votada. É evidente que terá de saber negociar muito bem, mas será fácil, até porque Passos Coelho já demonstrou que tem firmeza noutras circunstâncias, como foi a demissão ‘irrevogável’ do Portas…
Já António Costa, não me parece que estará em bons lençóis. Ele tinha a obrigatoriedade de ganhar. Não achei piada nenhuma ao que fez ao seu camarada Tozé. Se queria ser candidato, deixava António José Seguro cumprir o seu mandato e candidatava-se a seguir… não com facadas nas costas! Mas, vá…, esta posição tenho-a há anos em relação a muita coisa… Se António Costa se colocar em bicos de pé para ser Primeiro Ministro, terá muitas dificuldades quer na sua legitimidade popular quer dentro do seu próprio partido.
Saber perder é tão importante como saber ganhar!