quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O concurso duvidoso mas que vai mudar a forma de atuar na Cultura, no Turismo e Lazer em Fafe

A indústria da cultura começa a despertar a vontade de muita gente. Finalmente, quase poderíamos afirmar, não fosse a fome desenfreada de alguns produtores que olham para a cultura como quem olha para outra coisa qualquer e não vêem mais do que uma forma de ganhar dinheiro. É claro que é o dinheiro o facilitador das necessidades da vida, mas como em qualquer outra situação, a cultura ser apenas movida por questões economicistas, sem gente capaz e com sensibilidade para as diferentes áreas não pode dar bons resultados.
O conhecimento é a alavanca para o sucesso. Sabemos bem que as mentes menos conhecedoras tentam a todo o custo desclassificar os mais estudados e até afirmar que um funcionário sabe mais do que o engenheiro. É bem verdade que o funcionário até pode saber mexer melhor na máquina, mas não conhece, a não ser que seja curiosos e autodidata, as razões pelas quais a máquina está a funcionar. Nem o material ou pelo menos a transformação necessária até ao produto final.
Tudo isto vem a propósito do concurso lançado pelo Município Fafense, que deu alguma polémica, em que a entidade vencedora (Naturfafe) ganhou tendo um orçamento de 52 000 euros a mais do que a concorrente (Contact Waves).
Penso já o ter dito, mas nunca é demais reforçar, pois não tenho qualquer participação em qualquer das entidades. O que me faz analisar este assunto prende-se simplesmente com uma questão de ordem cívica e porque também não posso aceitar que o dinheiro dos meus impostos possa ser utilizado de qualquer forma.
Como estava à espera, não obtive qualquer resposta por parte da Naturfafe ao mail que lhe enviei a solicitar o projeto. Afinal, é um procedimento tão natural da entidade como me foi dito por um dos elementos que compõem a gestão. Já da Contactwaves recebi três documentos: Memória descritiva do modelo de funcionamento proposto; Memória descritiva relativa à promoção de equipamentos municipais; Lista dos responsáveis e qualificação profissional dos recursos humanos.
Neste sentido, depois de me debruçar sobre estes três documentos posso concluir, desde já, que há um conhecimento sobre o território fafense e que as propostas estão todas enquadradas, ainda que as atividades pudessem ser sempre alvo de alterações e carecessem de constantes avaliações, mas isto é um procedimento natural na conceção e produção  dos projetos. Reparei que há sempre uma preocupação em dar a oportunidade às atividades do Município (Propõe-se para a dinamização e promoção do Teatro Cinema/Pavilhão Multiusos de Fafe/Parque de Campismo/Escola de Transito de Fafe/Museus, sempre que o calendário da programação da Câmara Municipal de Fafe permita,) e só depois é que aparecem as propostas da Contacwaves para cada espaço.
No que se refere à gestão dos espaços e dos próprios Recursos Humanos, esta empresa socorreu-se de gente com habilitações profissionais para cada área. A massa crítica está bem pensada, porque para cada área é necessário gente capaz de conhecer cientificamente as exigências do lugar que irão ocupar.


CONCLUSÕES:
Ainda que haja quem afirme que às entidades concorrentes não tenha sido pedido a promoção de atividades, o certo é que esta que me enviou os documentos (Contactwaves) consegue dar primazia à autarquia, sem qualquer problema, e ainda tem um leque de ofertas para tornar os espaços mortos em locais de atividade constante. E, ao que sabemos, com um valor bem mais barato. Os Recursos Humanos propostos têm habilitações capazes, o que nem sempre aconteceu e os resultados foram anos de marasmo puro.
Seja como for, há um problema efetivo que a Autarquia Fafense vai ter que resolver e, muito sinceramente, as razões invocadas para atribuir o concurso à Naturfafe não servem!
Este concurso foi só o primeiro. Começo a acreditar que não haverá mais nenhum. A solução passará pela retoma dos equipamentos e sua gestão por parte da Câmara. É um assunto polémico e a autarquia já se apercebeu que vem aí gente capaz de pegar no que antes estava só confinado aos amigos da câmara. Os jovens estão vivos. Estão preparados e com formações superiores. Se até aqui se pensava que só os políticos é que sabiam, hoje todos sabemos que os políticos estão desacreditados.

Já há muito tempo que falei na necessidade de uma revolução cultural. Entendem agora do que eu falava? Ela está aí… e a minha missão por estas bandas está terminada. Agora vou participar nessa revolução, o caminho está aberto… vemo-nos nas atividades!


Grande abraço