sábado, 24 de setembro de 2011

Os políticos nunca cometem erros às vezes é que se distraem


Será que alguém ainda fica admirado se um político cometer erros grosseiros e continuar a (des)governar como se nada tivesse acontecido? Quer nos altos cargos ou mesmo nos pequenos, há tanta trafulhice que se faz e nada, mesmo nada, acontece a estes prevaricadores. Onde está a justiça? Não está! E não está porque as leis estão tão bem preparadas que eles sabem muito bem o que fazer para não serem agarrados pelas suas teias e se não sabem têm sempre os protectores que os informam. Afinal quem aprova as leis, não são os políticos? Claro que sim!
Durante todos estes dias a comunicação social bombardeou os espectadores com notícias da Madeira e dos enormes buracos que por lá se vão encontrando, mas também já foi anunciando que a lei não será muito penosa, simplesmente porque não está legislada com fortes sanções para estas prevaricações. Presidente da República e Primeiro-ministro já se reuniram e uma das conclusões foi o facto de terem de apresentar uma lei que penalize duramente quem usar indevidamente os dinheiros públicos, mas será que isto só acontece agora? Será que só agora é que acontecem crimes destes? É evidente que todos sabemos que não, desde os mais altos cargos até aos pequenos há provas evidentes de prevaricação e o que lhes acontece? Nada!
Há uns anos foram encontradas facturas em contas públicas que mais não eram do que as costas do totoloto, em folhas de apontamentos da super bock, outras em folhas recortadas e a dizer ‘Contribuição autárquica (quinhentos contos)’ e até as justificações eram vergonhosas e trapalhosas, pois diziam que ‘era para pagar almoços aos altos cargos da câmara para que fizessem obras lá na terrinha’… ou seja, gastavam o dinheiro como bem entendiam, não tinham facturas como manda a lei e ainda gastavam ou davam dinheiro aos amigos, porque era nos seus estabelecimentos que isto se passava. Qual foi o resultado judicial? Nenhum!
Esta é apenas alguma da realidade que acontece neste país onde um pequeno empresário que esteja em crise se não pagar à segurança social ou às finanças fica sem nada, mesmo que só deva uns míseros euros, e um político que desvie quantias grandes ou pequenas, mas para as quais não tem justificações válidas, nada lhes acontece!
É caso para voltar a perguntar: ó TROIKA por que tardaste?
Nota: Será ainda importante relembrar que ‘deixar dívida’ não é o mesmo que ‘deixar buracos’, porque a dívida está devidamente justificada e basta ver para quem foram passados os cheques em confrontação com os recibos das obras executadas, já os buracos nunca terão ‘recibos válidos’ a confrontar a despesa porque foram gastos indevidamente.
Pedro Miguel Sousa
in Jornal Povo de Fafe (23-09-2011)