sábado, 17 de outubro de 2009

É preferível morrer de pé do que viver a rastejar!

As eleições terminaram e os resultados foram o que o povo escolheu. Seria hipócrita se mostrasse alegria nesses resultados, mas também não entraria em desespero, bastará referir que a minha vida profissional não depende de uma ou outra eleição, mas da minha capacidade de resposta nas várias instituições em que estou ligado, o que me permite respirar livremente, apenas interrompido pelas alergias de quando em vez.
Nestas eleições tive o privilégio de conviver com colegas de trabalho que eram candidatos nas suas terras e em partidos diversificados: CDU, PS e PSD. A farra foi animada, mas os resultados foram menos bons.
Em Fafe, terra em que pago impostos, foi mais uma vez ‘mais do mesmo’, o que não deixa admiração, mas se a maioria assim o quer, só temos de aceitar. Sem saneamento, sem boas estradas, licenças mais elevadas, abandono das freguesias… mas se a maioria está bem, é porque não é mesmo preciso mais! Em Coimbra, terra que me adoptou e me dá o sustento e a formação contínua, as cores foram agradáveis, mas não venceu a lista do meu amigo socialista, embora tenha sido eleito vereador, que até me tinha oferecido um cargo na Cultura e eu já tinha recusado. Em Soure e em Miranda não venceu a CDU e apenas nesta última subiu uns lugares. Enfim, tempos difíceis se vivêssemos da política, mas cá estamos novamente reunidos na mesma escola e a contar as peripécias da azáfama democrática.
Mais uma experiência, numas autárquicas em que o sangue quer saltar das veias, mas a formação não permite que os ânimos sejam confundidos de forma libertina e, sem dúvida, reconhecemos que é sempre importante fazer tudo segundo a nossa consciência, porque se não ganharmos, podemos sair com elevação. Este é um comportamento admirável, mas só para alguns. Basta conhecer um pouco da nossa história.
Um outro aspecto importante é poder dizer que ‘é preferível morrer de pé do que viver a rastejar’. Ter de estar sistematicamente a dizer o que os senhores querem ouvir, não é para pessoas de carácter, mas sim de falta de personalidade. Como nem todos, felizmente, precisamos da política ou de alguns políticos para ter ‘um tachinho’ para viver, então podemos deliberadamente dizer «Somos livres».
in Jornal Povo de Fafe (16/10/2009)
Pedro Miguel Sousa