sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cartola e bengala

Devidamente empoleirados, perfilam junto dos aldeões, os seus aldeões. Não falham, mas as roupas são diferentes. E a cartola? Quanto maior mais imponente. Como os magnatas gostam de se emproar… D. Rei, o misterioso Jagunço e as Damas ‘Castelares’, enfolhadas em colarinhos rendados mais parecem pombas de leque esvoaçadas num sorriso hipócrita do alto do varandim.

Os aldeões são genuínos. Dão vontade de ver numa reprodução quotidiana. As bestas carregam terras inteiras às costas, mas são os emproados que mais esticam o pescoço, lançando o olhar de falcão por entre as multidões terráqueas, e lá seguem de peito-feito escondidos atrás dos óculos de sol fora da época.

(Leituras do quotidiano)