sábado, 19 de fevereiro de 2011

Não aconteceu nada!


É mesmo isso, não aconteceu nada. Esta semana, depois de dar umas voltas pelos jornais e pensar o que poderia escrever, verifiquei que não havia nada para escrever. é verdade que à medida que o tempo ía passando, mais se acentuava o facto de não ter mesmo nada para escrever. Foi aí, nesse momento, que decidi escrever, porque não tinha nada. Porque não havia nada.
Escrever sobre o que vai acontecendo, dar a minha opinião, ou apontar uma ou outra proposta é um caminho que tenho seguido para os meus artigos, que já me mereceram alguns confrontos, ainda que poucos, por sinal, nada que me derrubasse, o que não é grande coisa para um escritor. Mas também sei que só não há mais crítica porque a maioria das pessoas só consegue fazer críticas entre os amigos no café… ou nos mercados… mas era bem melhor que estas palavras fossem confrontadas em público. Apenas significaria que as pessoas estão vivas e têm uma opinião sobre as coisas.
Que me desculpem os outros, mas é para este público que eu escrevo, para aqueles que gostavam de ver a sua freguesia, cidade e concelho, país… a evoluir para a verdadeira qualidade de vida. Não para o laxismo, esse eu condeno-o e estou farto de trabalhar para que alguns encham o bandulho à minha custa e dos demais trabalhadores. É claro que não falo dos reformados ou realmente doentes, até porque continuo a defender a reforma aos 40 anos de serviço para todos, pois já trabalharam muitos anos. É óbvio que excluo deste lote os que se reformaram da política…
Mas, como dizia, não vou falar mesmo de nada. Porque não acontece nada!
Sendo um colaborador de um órgão informativo regional/local devo concentrar as minhas crónicas em Fafe e, por isso mesmo, continuo a dizer que não tenho nada para dizer. Em Fafe não acontece nada há muito tempo!
Verdade seja dita, quando digo ‘não acontece nada’, quero mesmo dizer que ‘não se passa nada’. Não me refiro às festas em honra da Sr.ª de Antime e da vénia que esta faz aos senhores do poder, muito menos aos 16 de Maio ou às marchas luminosas ou ‘manhosas’… que são planeadas de regra e esquadro para não ferir susceptibilidades. Refiro-me a situações que possam levar os fafenses a mobilizarem-se, sem ser os encontros dos reis.
Está na altura de algo mais inovador e arrojado, não? Algo que nos surpreenda! Pensando bem, talvez esteja bem como está! Se olharmos por outra perspectiva, o que importa são mesmo bons jogos de futebol e umas cervejolas…
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (18/02/2011)