segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Os meus pais não são doutores, mas são os melhores do mundo!

A vida é feita de vaidades. Somos portugueses. Temos no sangue um bairrismo genuíno, mas tantas vezes a roçar o parvo. Somos mais invejosos do que seria razoável, mas felizmente não somos todos iguais.
Tudo isto vem a propósito de uma conversa pela manhã com um grande amigo sobre a sua exposição. Ambos facilmente notámos que não faltava lá malta ‘VIP’… e eu que não sou ninguém, também me senti importante, só porque o meu amigo estava com os holofotes da fama todos virados para ele.
Eu sou mesmo um gajo diferente. Ou talvez não. Já me apercebi que há outras pessoas assim e isso deixa-me feliz. Eu fico contente ao ver um amigo triunfar!
Reconheço que isto não é muito normal em Portugal. Há uma máscara de dupla face: ora comédia, ora tragédia. As pessoas não querem que o seu vizinho tenha sucesso. Ou até querem, mas que o seu sucesso venha em primeiro lugar.
É nestes momentos que mais agradeço a Deus pelos Pais que escolheu para me gerar. Pessoas simples. Humildes. Pessoas que cresceram a palmo contra todas as adversidades da vida, mas que nunca deixaram faltar nada lá em casa e de nos pintar como os mais jovens das nossas alturas. É claro que as regras eram marca importante para que tudo corresse bem. Gastar mais poderia representar alguma dificuldade, mas hoje apercebo-me que tudo isso fazia parte de uma estratégia educacional. Ajudar os mais débeis, não gozar com os colegas, mas pelo contrário chamá-los para o nosso grupo, mesmo que ficássemos só, era a mais distinta das condutas humanas.
Gosto muito pouco que me tentem pisar. Detesto ameaças e afasto-me com naturalidade de intrujices. Não suporto facadas nas costas e muito menos tentativas de aproveitamento para atingir fins pessoais. Para mim, o coletivo ganha sempre.

Posso não ser o melhor. Não sou. Mas se há algum valor na justiça social, na simplicidade e na alegria, tudo isso foi-me dado pelos meus Pais. Obrigado!