Não!
(Este post vem a propósito do artigo “Verniz estalado” de Ricardo Gonçalves
que merece algumas considerações.) Na minha opinião, o Presidente da Secção do
PSD, José Augusto Sousa, fez o que tinha de fazer com elevação e sentido
democrático. Ora vejamos:
a) É o único, na Comissão Política que o próprio preside, que vota contra a
coligação PS/PSD;
b) Ao que parece, teve intenção de se demitir de imediato mas aceita a
votação e faz o que a maioria decide;
c) Instala-se a coligação;
d) O mandato termina e não se recandidata deixando o caminho livre para que
os defensores da coligação avancem.
No meio disto tudo, na minha opinião, só errou quando leva o assunto à
Comissão Política e estes decidem avançar sem consultar o Órgão Máximo, e
porquê? Porque já sabiam que se fosse a Plenário, embora o resultado fosse o
mesmo, haveria com certeza mais contestação. A única diferença é que José
Augusto não estaria sozinho na contagem dos votos. Quanto ao resto? Acho muito
bem que se dê espaço à coligação para que os Vereadores do PSD não se sintam
melindrados, assim não terão desculpa se não conseguirem um bom trabalho, ou
seja, não podem apontar armas à comissão política…
Ainda sobre o que Ricardo Gonçalves escreve, importa questionar: ‘tirava a
confiança política?’
Ricardo, não se pode tirar a confiança política só porque o Presidente não
concorda ou vota contra, há regras internas e aceitar a votação da maioria é
uma obrigação. A minha pergunta vai antes noutro sentido: Como é que é possível
todos votarem num sentido e só o Presidente, isolado, votar noutro? Ricardo,
meu amigo, bem sabes que jogos de bastidores são o ponto de ordem na política…
a troco de quê? Isso não posso ser eu a responder, até porque não pertenço à
comissão política e não me foi dada a oportunidade de votar.
Por tudo isto, julgo que o melhor mesmo é deixar que aconteça o desejável
para a vereação e que a Comissão Política e a Mesa do Plenário estejam
enquadradas… espero que pelo menos no plenário os eleitos façam o que fez o
Engenheiro Batista quando deu conhecimento da sua atividade (o que deveria ser
exigido a todos os eleitos, mesmo das freguesias, só assim se aproximam mais as
pessoas do partido), se continue com a troca de opiniões como aconteceram nas
últimas (ainda que isso não agrade a todos, porque há quem só queira que se
abanem bandeirinhas e se revolte quando são confrontados em vez de aceitar que
digam o que faz de menos bem para melhorar, porque quando se trabalha com um
nome não é só o individual que conta mas o coletivo) e que depois de votações
se aceite o que a maioria desejar.
Quanto ao resto? É política… com a qual não me identifico! Sou antes
apologista da transparência. Não posso deixar de dizer o que penso só porque os maiorais não querem críticas. Quando se traça uma estratégia é para melhorar tudo e não se pode ignorar o bem nem o mal, porque só assim se constroem os bons resultados. Há, no entanto, quem pense que tudo o que se diz de menos bom é para os denegrir quando o que queremos é que as coisas melhorem... aceitar as opiniões chama-se "HUMILDADE".
Um tipo que pensa não é bom… nestes
casos!