quarta-feira, 19 de março de 2014

Dia do pai… é hoje e amanhã e depois também, ok?

Estes dias vi uma carinha tristinha e não consigo deixar passar como se não fosse nada comigo. «O que se passa? Que tens? – perguntei eu! Nada! – disse ela!» Mas eu volto a insistir e entre lágrimas lá me confessou: «Estou farta de estar sozinha. Já não vejo a minha mãe há muitos meses (a mãe emigrou, já me tinha dito). Eu não tenho regras. Tenho falta disso. Se quiser, depois das aulas vou para o Porto ou para onde quiser, ninguém me diz nada… Tenho falta de alguém a colocar-me regras…».
A conversa continuou apenas mais 2 ou 3 minutos. Não tive tempo de dizer muito. Esta já não era a primeira vez que tive uma conversa do mesmo género. Compreendia a situação. Também não gosto mesmo nada de estar sozinho. Mas tentei orientá-la, no sentido de minimizar a dor, para que ela criasse as suas próprias regras e até se juntar a outros colegas cozinhando uns dias numa casa outros nas outras… aquele sacrifício representará um futuro melhor… enfim!
No dia seguinte já vi um sorriso e motivação no trabalho… vamos lá, um dia de cada vez!

A sociedade até pode ser complexa, mas é nas situações mais comuns que ela se uniformiza. A nossa juventude pode ser muito irreverente, mas cá está uma prova que as regras são o pilar da sociedade e a família é e será sempre essa mesma base estrutural para o saudável crescimento.
Nem sempre a família pode estar junta. Em tempos de crise, agravam-se as situações. 
Agora… aos senhores que nos (des)governam: Talvez seja altura de ouvir mais as vozes de quem sente e menos as teorias políticas…


Eu sou um sortudo. Não fui bafejado por presentes caros só porque passei o ano (sempre me disseram: isso é o teu trabalho, é aí que tens de dar cartas) e nada de roupas de marca, mas tive sempre ali uma base de apoio muito forte. Para o bem e para o mal. Ali. Também longe tantas e tantas vezes… mas ali. Obrigado por tudo… aos dois!

Deixo esta música...
Porque é o dia do Pai e a primeira cassete que o meu Pai me ofereceu tinha esta música.
Porque Zeca Afonso canta Coimbra.
Porque o meu Pai me deu uma cassete de um homem que estudou em Coimbra.
Porque eu era um menino em Fafe quando me deu a cassete.
Porque eu cresci e também fui estudar para Coimbra.
Porque meu Pai está em Fafe e eu em Coimbra... com o coração em Fafe com o Meu Pai!