Os
impostos são a arma do mais fraco. Faltam estudos para a criação de novas
empresas. Nem todos os cidadãos podem ser empresários. É vergonhoso a redução
desmedida de salários. Continuar a votar nos políticos profissionais é dar
esmolas chorudas aos ricos. Revolução de mentalidades precisa-se!
Este
país vive há muitos anos debaixo das teias do poder, mas não é de um poder
qualquer. Os políticos são acusados sistematicamente pelas trapalhadas que acontecem,
embora a lógica seria essa, ou seja, eles mandarem e por isso serem apontados
quando alguma coisa falha, a verdade é que a maior parte das vezes não passam
de ‘paus mandados’ ao serviço dos grandes interesses económicos. O resultado de
tudo isto sobra sempre para o lado mais fraco: como não podem impor-se contra o
grande capital, viram-se para o povo ou melhor para os seus impostos. Carga
fiscal sobre carga fiscal.
Já
começa a cansar ouvir tantas referências à necessidade de criar novas empresas,
pequenas e médias dizem eles, mas a grande questão que se impõe é: Empresas de
quê? Portugal é um país extremamente pequeno, mas tem muitas potencialidades
que podem incidir sobre muitos e diferentes sectores, mas para isso é preciso,
de uma vez por todas, concentrar energias e criar um plano de intervenção, não
só para criar empresas com vista à exportação mas sobretudo que não se
atropelam mutuamente neste retângulo minúsculo. Ao mesmo tempo, importa
perceber que nem todos podem ser empresários, nem todos podem abrir uma
mercearia ou um café, mas todos podem e devem contribuir, por isso, ao pensar
em novos investimentos, é importante pensar no número de trabalhadores
necessários e apoiar as empresas que iniciam atividade e conseguem reunir nos
seus quadros o maior número de trabalhadores. Se uma empresa produz vai gerar
riqueza, se tem trabalhadores vão pagar impostos, vão comprar casa, logo estão
todos a contribuir para a riqueza do país. É preciso mais alguma coisa?
Nenhum
país avança com o descontentamento da sua população. O ordenado miserável
proposto aos enfermeiros, e não só, é o sinal da fraqueza de um estado que
apostou muito dinheiro na formação de profissionais e que agora os quer impedir
de exercer as suas funções. Será isto sinal de inteligência? Não seria mais
firme uma posição de rentabilização de recursos de modo a distribuir
profissionais qualificados por outras valências de acompanhamento social, onde
os utentes tantas vezes são tratados como lixo por gente sem escrúpulos?
A
grande preocupação dos políticos não passa de todo pela governação do país, mas
pela obediência aos seus chefes, aos patrões que lhes garantem a candidatura de
quatro em quatro anos. Alinhar com o partido é a regra base para quem precisa
manter o seu tacho. As teorias sobre empreendedorismo, património, educação… e
tantas outras não passam de farsas, porque na hora da verdade, as ideias ficam
na cabeça ou o lançamento de livros nas gavetas, porque impor-se contra os
‘tubarões’ é assassinar o ordenado gigante.
Revolução
de mentalidades precisa-se!
Pedro Miguel
Sousa, in Jornal Povo de Fafe (06-07-2012)