sábado, 4 de junho de 2011

Solidariedade ou Promoção Social?


Engalfinham-se em disputas atormentadas. Passam por cima de tudo e de todos para conseguir ficar junto ao altar da igreja, ocupar o lugar do chefe ou, tantas vezes, mostrar que são os mais importantes da sua parvónia! Atiram para o vento palavras vãs como se fossem verdadeiros intelectuais, mas nem a junção de duas simples palavras conseguem sequer pronunciar. Os amigos, falsos, logo o deixam de ser se em causa estiver mais uma hipotética promoção, mesmo que esta seja em cargos bem baixinhos, mas o importante é o destaque social. Agarram-se a projectos por outros possibilitados para agora se fazerem passar por heróis, mas os outros é que determinaram o futuro ao proporcionar a base para a candidatura do projecto. Ao seu redor, os oportunistas do sistema com o objectivo de conseguir a construção da obra ou mais um emprego para o marido, a mulher, o filho, a filha, a nora, o genro… e, as obras nem começaram, mas já não faltam promessas e lugares destinados. Será que vão chegar para todos?
Este é um pequeno retrato de uma sociedade que se diz preocupada com o bem comum, o bem social, mas os mesmos que o apregoam são os que apunhalam pelas costas os sócios, às vezes amigos até ao momento, para passarem por cima do bem social que estava inicialmente estipulado. Verificando que até estão à frente de uma organização, logo se perfilam e até se oferecem ao senhor presidente da câmara para serem candidatos pelo seu partido… e este às vezes recusa!
À primeira vista, perante isto, só se pode dizer: ‘Que sociedade! Que podridão!’
Mas, pensando bem, nada disso! Também não é assim tão mau, apenas são alguns maus exemplos que nos obrigam a crescer e a ver que afinal aquelas pessoas que tínhamos por boas não o são, paciência. O grande problema não está aqui, mas no facto de serem elas que poderão vir a estar à frente de organismos de solidariedade social, a trabalhar nas escolas e… nesses locais… é preciso saber ter carácter!
Esta semana celebrou-se o dia da criança. Apesar de ser para mim mais um dia, porque acredito que todos os dias são ‘dias da criança’ não pude deixar de pensar na função desse mesmo dia. Esta celebração só faz sentido porque ainda há muitas crianças que vivem em condições péssimas, maltratadas por tudo o que as rodeia, mesmo por aqueles que deveriam fazer tudo por elas. Há crianças que chegam às escolas tristes, deprimidas, que ninguém sabe o que têm, mas logo é perceptível que a vida familiar não é a melhor. Há crianças que não conseguem estar atentas porque têm fome, umas de alimentos, mas muitas de carinho!
A todas essas crianças desejamos que encontrem instituições (creches, infantários, escolas… e às crianças mais velhas, lares) com dirigentes a sério. Nunca como aqueles que tudo querem para se promover, mas os que tudo têm para lhes dar! E, certamente, não é dinheiro…
Pedro Miguel Sousa,
in Jornal Povo de Fafe (03-06-2011)