sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fafe e o (tu)rismo…

A revolução cultural está visto que vai demorar a acontecer. A tão apregoada ‘Sala de Visitas do Minho’ não passa de uma imagem de marca que querem fazer prevalecer pelo uso excessivo, porque na realidade ainda falta muito para que ‘a sala’ tenha o devido conforto!
Após a nomeação dos novos gerentes do turismo, acontecida após a reestruturação dos órgãos autárquicos, pareceu-nos que não haveria muitas mudanças, mas devemos sempre dar tempo ao tempo e avaliar depois se houve ou não uma verdadeira aposta. O certo é que Fafe está condenada pela falta de ideias inovadoras, capazes de revolucionar o modus vivendi da população.
Será que já pensaram em candidatar a zona norte do concelho aos programas de apoio para o turismo rural? O que fazem os senhores que deveriam promover o turismo? Será que só aparecem para os programas televisivos nas feiras? E os projectos que são realmente necessários e capazes de aumentar a riqueza do concelho?
Já alguém me disse um dia: ‘só quando acabarem os apoios da União Europeia é que vamos ver quem são os bons Presidentes da Câmara’. Não tive dúvida alguma em concordar de imediato com tais palavras. E até era do partido do senhor Sócrates, vejam lá como sou mesmo democrático…
Reconheço que surgiram actividades, principalmente no campo desportivo, que trouxeram uma nova dinâmica à cidade e devem continuar, mas não são suficientes. Estas são pontuais, pouco acrescentam à riqueza do concelho. Não conseguem criar emprego e com isso gerar mais receita.
Afinal, o que se passa em Fafe? Por que será que não há uma aposta estratégica e capaz de embarcar, de uma só vez, um mega projecto turístico que tenha actividades culturais e recreativas?
Voltamos a referir: Fafe tem investigadores, programadores, mas não tem promotores culturais, e acrescentaríamos, muito menos turísticos!!!
O grande problema que nos surge necessário referir é que a vereação não parece muito preparada para gerir um concelho. Acreditamos que fossem bons membros da Junta de Freguesia de Fafe, mas não mostram capacidade na promoção do concelho (36 freguesias). Lá vão dizendo que somos ‘a sala de visitas’, mas até se compreende, porque a sala é onde normalmente as pessoas passam menos tempo. Será isso que querem dizer?
É verdade que ser Vereador não obriga a ter formação específica, mas podiam contratar quem realmente perceba do assunto, pelo menos para apresentar um plano estratégico de desenvolvimento do concelho, que fosse capaz de abater um pouco os números de desempregados do Centro de Emprego em Fafe.
Se o povo serve para votar, também devia servir para ter uma vida com qualidade!
Isto sim, é preocupação com o social!

Pedro Miguel Sousa
in Jornal Povo de Fafe (23-07-2010)